Queda abrupta na temperatura aconteceu após colisão de asteroide com a Terra há 65,5 milhões de anos
(JC) É famosa a história de que os dinossauros foram extintos pelo impacto de um asteroide. Agora, um grupo de pesquisadores holandeses encontrou provas de como exatamente aconteceu. A colisão teria provocado um resfriamento global.
Com efeito, essa é uma das previsões teóricas do que aconteceria hoje se um objeto com 10 km de diâmetro colidisse com a Terra, como ocorreu há 65,5 milhões de anos, na península de Yucatán, no México.
Agora, o grupo liderado por Johan Vellekoop, da Universidade de Utrecht, na Holanda, encontrou provas de que o resfriamento repentino de fato se deu. A Terra sofreu uma queda abrupta na temperatura nas décadas que se sucederam ao impacto.
As evidências foram encontradas em camadas de sedimentos do rio Brazos, no Texas (EUA). Elas registraram com precisão a época em que aconteceu a colisão, na forma de deposição sucessiva de poeira no que era então o fundo de um mar raso.
Para determinar a temperatura do mar naquela época, os cientistas usaram como referência a presença nas rochas de uma substância chamada GDGT, um lipídio produzido por certos microrganismos. Estudos mostram que existe uma correlação direta entre a temperatura da água e o nível de deposição.
Debruçando-se sobre as camadas produzidas na época do impacto, os pesquisadores constataram que deve ter havido uma queda de até 7ºC na temperatura da água, nas primeiras décadas após a queda do asteroide.
A lógica não é difícil de entender. A colisão levanta um monte de poeira para a alta atmosfera. Como resultado direto da queda, surgem também muitos incêndios florestais e grande atividade vulcânica, o que aumenta ainda mais a poeira suspensa.
No ar, essa poluição brutal bloqueia a radiação solar. "Simulações sugerem que a quantidade de luz do Sol a atingir a superfície da Terra foi potencialmente reduzida a 20%", escrevem os pesquisadores, em artigo científico publicado no periódico da Academia Nacional de Ciências dos EUA ("PNAS"). Uma longa e tenebrosa noite.
CADEIA ALIMENTAR
A falta de luminosidade impede que criaturas marinhas e terrestres façam fotossíntese. Ou seja, plantas e plâncton --bases das cadeias alimentares marinha e terrestre-- são dizimadas em questão de pouquíssimo tempo.
Sem alimento suficiente, é natural que os animais de grande porte morressem. Por isso os dinossauros desapareceram todos de uma vez no mundo inteiro, logo depois do impacto.
Em compensação, quem fosse capaz de sobreviver com restos de comida nesses tempos bicudos aguentaria o tranco até a recuperação da biosfera. Foi o caso dos mamíferos, então pequenos, que depois disso se tornaram os senhores da vida terrestre.
sexta-feira, 30 de maio de 2014
quinta-feira, 29 de maio de 2014
Saara visto do espaço
(UOL) "Saara Ocidental: o contraste entre a areia e a água é espetacular visto daqui". A frase e a imagem foram postadas pelo comandante Steve Swanson, que encabeça uma expedição na ISS (Estação Espacial Internacional), pela sua conta do Instagram. A Nasa divulgou a foto no último dia 23 de maio.
quarta-feira, 28 de maio de 2014
E se a Terra parasse de girar?
(Ciência Hoje das Crianças) Já estamos acostumados a ouvir: a Terra gira o tempo todo, em torno de si mesma e ao redor do Sol. Mas… o que aconteceria se nosso planeta deixasse de fazer esses movimentos? Esta foi a pergunta da leitora Ana Beatriz Kutil Mejia e, para respondê-la, conversei com o astrônomo João Canalle, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“Se a Terra parasse de girar em torno de seu próprio eixo de rotação, o dia passaria a ter um ano”, explicou o cientista. “Durante seis meses no ano nós veríamos o Sol, logo, estaríamos na parte diurna do dia; mas nos outros seis meses não veríamos a luz solar, e por isso estaríamos na parte noturna do dia”.
Que loucura! Segundo João, as consequências seriam desastrosas para a vida na Terra, pois animais e vegetais não são adaptados para viver nessas condições. As noites seriam muito mais frias e os dias, muito mais quentes!
Já se a Terra parasse de girar em torno do Sol, escaparíamos de nossa órbita usual e passaríamos a fazer uma trajetória em linha reta no espaço, cada vez mais longe da nossa estrela. Para entender melhor: imagine que você está girando uma pedrinha amarrada em um barbante. Se, de uma hora para outra, a pedra se soltasse, sairia voando em uma trajetória independente da força que a mantinha em rotação.
“Eventualmente, passaríamos a estar tão longe do Sol que não teríamos mais dias, apenas noites”, conta o astrônomo. Nesse caso, as formas de vida que hoje habitam nosso mundo também não sobreviveriam. Felizmente, não há nenhum indício de que a Terra possa parar de girar – nosso planeta deve continuar nesse movimento de gira-gira por muito tempo!
terça-feira, 27 de maio de 2014
Mineração no fundo do mar vai começar
Mina oceânica
(Inovação Tecnológica) Os planos para abrir a primeira mina do mundo no fundo do oceano estão significativamente mais próximos de se tornarem realidade.
Uma empresa de mineração canadense concluiu um acordo com o governo de Papua Nova Guiné para começar a minerar uma área no fundo do mar.
O projeto polêmico pretende extrair minérios de cobre, ouro e outros metais valiosos de uma profundidade de 1.500 metros.
Enquanto muitos apontam para os "tesouros minerais" no fundo do mar, ambientalistas dizem que a mineração no fundo do oceano será devastadora, causando danos duradouros à vida marinha.
A mineração normal causa danos localizados ao meio ambiente, mas há legislação em todos os países para controlar esses impactos.
Só recentemente a ONU publicou as primeiras regras para tentar normatizar a mineração no fundo do mar.
Minérios submarinos
A mina terá como alvo uma área de fontes hidrotermais onde águas superaquecidas e altamente ácidas emergem do fundo do mar e encontram a água muito mais fria e alcalina do oceano, forçando-a a depositar altas concentrações de minerais.
O resultado é que o fundo do mar na região está coberto de minérios que são muito mais ricos em ouro e cobre do que os minérios encontrados nas minas terrestres, sejam superficiais ou subterrâneas.
Durante décadas, a ideia de minerar esses depósitos - assim como os nódulos ricos em minerais encontrados mais espalhados pelo fundo do mar - tem sido inviabilizada por causa do desafio de engenharia e dos altos custos.
Mas o boom nas operações de petróleo e gás nas últimas décadas levou ao desenvolvimento de uma série de tecnologias avançadas que permitem a exploração em grandes profundidades, ao mesmo tempo em que uma demanda aquecida por metais valiosos tem feito os preços globais das commodities minerais disparar.
A empresa Nautilus Minerals tem estado de olho nos minérios do fundo do mar ao largo de Papua Nova Guiné desde os anos 1990. O projeto ficou parado não por questões técnicas, mas devido a desentendimentos com o governo daquele país.
Segundo o acordo assinado agora, o governo de Papua Nova Guiné terá uma participação de 15% na mina oceânica, contribuindo com US$ 120 milhões para cobrir os custos da operação.
Primeira mina no fundo do mar
A mina, conhecida como Solwara-1, será escavada por uma frota de máquinas robóticas controladas a partir de um navio na superfície.
O plano consiste em quebrar a camada superior do fundo do mar de modo que o minério possa ser bombeado para cima como uma lama.
Para quebrar as rochas e raspar o fundo do mar será empregada a maior máquina da mina, um triturador pesando 310 toneladas, que trabalhará 24 horas por dia.
De acordo com a Nautilus, a mina terá um impacto ambiental mínimo, o equivalente a cerca de 10 campos de futebol e com foco em uma área que é suscetível de ser rapidamente recolonizada pela vida marinha.
Mas esta será a primeira tentativa de extrair minério do fundo do oceano, de modo que a operação - e as garantias da empresa sobre os impactos - serão vigiados de muito perto.
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Fontes de água doce, ecossistemas de montanha estão ameaçados pelo aquecimento
(AFP/Terra) As montanhas, fontes vitais de água doce, são alguns dos ecossistemas mais sensíveis às mudanças climáticas e estão sendo afetadas mais rapidamente do que outros habitats terrestres, advertiu a Unesco em um relatório apresentado no Peru durante um fórum para analisar o problema.
O Fórum Mundial de Montanhas, realizado na sexta e no sábado em Cusco (sudeste), reúne cientistas, organizações internacionais e tomadores de decisão para analisar, entre outros temas, como lidar como o impacto das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos das áreas montanhosas.
"Este informe chamará a atenção sobre como as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água nas regiões de montanha", disse à AFP Blanca Jiménez, diretora de Ciências e Água da Unesco.
As montanhas e seus vales adjacentes ocupam 24% da superfície terrestre e abrigam 1,2 bilhão de pessoas, segundo dados das Nações Unidas.
"Quase 50% da população mundial depende da água produzida através das montanhas", afirmou Jiménez.
Os sistemas de fornecimento de água que estão sendo mais afetados pelas mudanças climáticas são aqueles que são alimentados pelas geleiras e pela neve e por áreas montanhosas, segundo estudos de agências da ONU e de organizações ambientalistas.
A reunião de Cusco também será preparatória para os documentos que serão debatidos na Cúpula de Mudanças Climáticas (COP20) que será convocada por 195 países em dezembro próximo, em Lima.
No Peru e em outros países da região com forte atividade mineradora, as mudanças climáticas também podem ter uma forte incidência. Se há aumento de chuvas intensas em áreas de mineração a céu aberto, gera-se um arrasto maior de contaminantes (mercúrio, chumbo, enxofre) nos cursos d'água, alertam os cientistas.
"Na Unesco, estamos preocupados em ver como nos preparamos para fazer as mudanças globais para o que chamamos de segurança hídrica. Como podemos ter a água de que necessitamos, com a qualidade apropriada e na quantidade necessária", disse à AFP a funcionária mexicana.
Diante da problemática crescente das mudanças climáticas, o modelo de desenvolvimento econômico deveria gerar um marco de atividade diferente, "mudar as valorizações", avaliam os cientistas, que acompanham de perto as alterações no meio ambiente.
"Que as pessoas não tenham água ou que as pessoas adoeçam pela água que consome têm um custo que deve ser levado em conta", disse Jiménez.
"É preciso revisar os modelos de desenvolvimento, e os custos de contaminação têm que ter outra lógica, pois os problemas que estamos vendo no futuro chegarão muito mais rápido", considerou a especialista.
O Fórum Mundial de Montanhas, realizado na sexta e no sábado em Cusco (sudeste), reúne cientistas, organizações internacionais e tomadores de decisão para analisar, entre outros temas, como lidar como o impacto das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos das áreas montanhosas.
"Este informe chamará a atenção sobre como as mudanças climáticas afetam a disponibilidade de água nas regiões de montanha", disse à AFP Blanca Jiménez, diretora de Ciências e Água da Unesco.
As montanhas e seus vales adjacentes ocupam 24% da superfície terrestre e abrigam 1,2 bilhão de pessoas, segundo dados das Nações Unidas.
"Quase 50% da população mundial depende da água produzida através das montanhas", afirmou Jiménez.
Os sistemas de fornecimento de água que estão sendo mais afetados pelas mudanças climáticas são aqueles que são alimentados pelas geleiras e pela neve e por áreas montanhosas, segundo estudos de agências da ONU e de organizações ambientalistas.
A reunião de Cusco também será preparatória para os documentos que serão debatidos na Cúpula de Mudanças Climáticas (COP20) que será convocada por 195 países em dezembro próximo, em Lima.
No Peru e em outros países da região com forte atividade mineradora, as mudanças climáticas também podem ter uma forte incidência. Se há aumento de chuvas intensas em áreas de mineração a céu aberto, gera-se um arrasto maior de contaminantes (mercúrio, chumbo, enxofre) nos cursos d'água, alertam os cientistas.
"Na Unesco, estamos preocupados em ver como nos preparamos para fazer as mudanças globais para o que chamamos de segurança hídrica. Como podemos ter a água de que necessitamos, com a qualidade apropriada e na quantidade necessária", disse à AFP a funcionária mexicana.
Diante da problemática crescente das mudanças climáticas, o modelo de desenvolvimento econômico deveria gerar um marco de atividade diferente, "mudar as valorizações", avaliam os cientistas, que acompanham de perto as alterações no meio ambiente.
"Que as pessoas não tenham água ou que as pessoas adoeçam pela água que consome têm um custo que deve ser levado em conta", disse Jiménez.
"É preciso revisar os modelos de desenvolvimento, e os custos de contaminação têm que ter outra lógica, pois os problemas que estamos vendo no futuro chegarão muito mais rápido", considerou a especialista.
Previsões nada otimistas
(Ciência Hoje) Há exatos cinco anos, publiquei aqui um texto intitulado ‘Uma coluna otimista (finalmente)’. Desde então, estive à espreita de dados, notícias, relatórios, sugestões, indícios, traços ou até mesmo fofocas que pudessem motivar ‘Uma segunda coluna otimista (finalmente)’, mas não vai ser desta vez. A elaboração dessa hipotética coluna está mais atrasada que os estádios da Copa e, a julgar pelo acúmulo de más notícias no front ambiental nacional e global, não será concluída até as Olimpíadas. Pelo menos poderei abandonar o projeto sem prejuízo para ninguém.
A revista Nature publicou ontem um estudo da NOAA, agência americana de estudos sobre oceanos e atmosfera, que mostra que os ciclones tropicais estão atingindo sua intensidade máxima cada vez mais longe dos trópicos. A migração dos ciclones nos últimos 30 anos teria sido de 53 km por década na direção norte e 62 km por década na direção sul.
Isso significa que áreas que até aqui estavam pouco ou nada expostas a ciclones passarão a está-lo. Em compensação, as áreas tropicais que dependem das precipitações abundantes associadas aos ciclones sofrerão mais secas. Em ambos os casos, há prejuízos à vista, e a prazo.
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Delta do Nilo no Egito pelo Proba V
(Eternos Aprendizes) O Delta do Nilo, no Egito, foi capturado pelo mini satélite Proba-V da ESA em 24 de março de 2014.
Em maio celebramos um ano desde que o satélite em miniatura Proba-V foi lançado na Guiana Francesa, na madrugada de 7 de maio de 2013.
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Nasa divulga autorretrato da Terra montado com selfies
(Efe/Terra) A Nasa divulgou nesta quinta-feira um "autorretrato" da Terra em forma de um mosaico composto por 36.422 imagens de pessoas que responderam ao convite para enviar da agência espacial para enviar fotos.
O mosaico faz parte das celebrações do Dia da Terra, quando a Nasa convidou em 22 de abril a enviar em uma mensagem respondendo à pergunta "Onde você está na Terra neste momento?"
Cada resposta era acompanhada por uma foto da pessoa e a Nasa informou ter recebido mensagens e imagens de 113 países e regiões em todos os continentes.
"Da Antártida ao Iêmen, da Groenlândia à Guatemala, da Micronésia às Maldivas, Paquistão, Polônia, Peru e mais e mais", comemorou a agência.
"A imagem foi compôs após semanas de seleção de mais de 50 mil envios ao '#globalselfie' pelo Twitter, Instagram, Facebook, Google+ e Flickr".
O resultado (www.gigapan.com/gigapans/155294) é uma imagem de 3,2 gigapixels, que pode ser ampliada e escaneada para explorar mais de perto e ver os detalhes.
As fotografias individuais foram colocadas em uma imagem da Terra como podia ser vista em 22 de abril a partir de um satélite da Nasa e da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera.
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Matérias similares no G1, Exame, DN - Portugal, Estadão, Público - Portugal e Galileu
Temperatura mais alta faz geleiras da China encolherem 15% em 30 anos
Platô Qinghai-Tibete cobre área chamada de Região Autônoma Tibetana. Degelo de glaciares acelerou-se nos anos 1990, aponta agência.
(France Presse/G1) As geleiras da China encolheram milhares de quilômetros quadrados ao longo dos últimos 30 anos como resultado das mudanças climáticas, noticiou a imprensa estatal nesta quarta-feira (21). O platô Qinghai-Tibete, no oeste da China, viu seus glaciares encolherem 15%, ou 8.000 quilômetros quadrados, reportou a agência de notícias oficial Xinhua, citando a Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês).
O degelo de glaciares na região, que inclui a parte chinesa da cordilheira do Himalaia, acelerou-se nos anos 1990, acrescentou a agência, citando cientistas, no mais recente indício do impacto das mudanças climáticas na região.
O relatório menciona o cientista da CAS, Kang Shichang, segundo o qual "mais e maiores rachaduras" apareceram no gelo do Monte Everest, um sinal de "geleiras em rápido degelo".
O platô Qinghai-Tibete cobre a área que a China chama de Região Autônoma Tibetana, assim como partes elevadas de províncias vizinhas. Kang acrescentou que, em longo prazo, o degelo poderá, substancialmente, reduzir o fluxo para alguns dos principais rios da Ásia, que se origina no platô tibetano.
Insegurança hídrica
Segundo um relatório publicado em março pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), as mudanças climáticas representam uma grande ameaça para a segurança hídrica em todo o mundo.
No ano passado, o painel de climatologistas da ONU informou com 95% de certeza que os seres humanos são a principal causa nas elevações médias das temperaturas globais. A previsão dos especialistas é de uma alta entre 0,3ºC e 4,8ºC até o fim do século.
O informe reforçou que o aumento poderia ser limitado a 2ºC, se uma grande mudança na matriz energética e no consumo acontecer. O IPCC informou que as geleiras do Himalaia vão encolher quase à metade, caso as temperaturas médias globais subam 1,8ºC até 2100.
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Matéria similar no Terra
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E mais:
Geleiras do Nepal encolheram quase um quarto em trinta anos (Terra), com matérias similares no UOL e Correio Braziliense
(France Presse/G1) As geleiras da China encolheram milhares de quilômetros quadrados ao longo dos últimos 30 anos como resultado das mudanças climáticas, noticiou a imprensa estatal nesta quarta-feira (21). O platô Qinghai-Tibete, no oeste da China, viu seus glaciares encolherem 15%, ou 8.000 quilômetros quadrados, reportou a agência de notícias oficial Xinhua, citando a Academia Chinesa de Ciências (CAS, na sigla em inglês).
O degelo de glaciares na região, que inclui a parte chinesa da cordilheira do Himalaia, acelerou-se nos anos 1990, acrescentou a agência, citando cientistas, no mais recente indício do impacto das mudanças climáticas na região.
O relatório menciona o cientista da CAS, Kang Shichang, segundo o qual "mais e maiores rachaduras" apareceram no gelo do Monte Everest, um sinal de "geleiras em rápido degelo".
O platô Qinghai-Tibete cobre a área que a China chama de Região Autônoma Tibetana, assim como partes elevadas de províncias vizinhas. Kang acrescentou que, em longo prazo, o degelo poderá, substancialmente, reduzir o fluxo para alguns dos principais rios da Ásia, que se origina no platô tibetano.
Insegurança hídrica
Segundo um relatório publicado em março pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), as mudanças climáticas representam uma grande ameaça para a segurança hídrica em todo o mundo.
No ano passado, o painel de climatologistas da ONU informou com 95% de certeza que os seres humanos são a principal causa nas elevações médias das temperaturas globais. A previsão dos especialistas é de uma alta entre 0,3ºC e 4,8ºC até o fim do século.
O informe reforçou que o aumento poderia ser limitado a 2ºC, se uma grande mudança na matriz energética e no consumo acontecer. O IPCC informou que as geleiras do Himalaia vão encolher quase à metade, caso as temperaturas médias globais subam 1,8ºC até 2100.
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Matéria similar no Terra
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Geleiras do Nepal encolheram quase um quarto em trinta anos (Terra), com matérias similares no UOL e Correio Braziliense
Ossos da Terra
Satélite delimita as regiões de maior densidade da superfície do planeta
(Pesquisa Fapesp) Até cair no mar, em novembro do ano passado, encerrando sua missão de quatro anos na órbita do planeta, o satélite Goce (sigla em inglês para missão de estudo da gravidade e da circulação oceânica em regime estável) registrou com precisão o campo gravitacional da Terra, determinado pela variação de densidade. Quanto maior a massa no interior da Terra, maior o campo gravitacional e a aceleração da gravidade. Agora as informações estão ajudando a desvendar as grandes estruturas da Terra, principalmente de regiões de difícil acesso como a Amazônia, os Andes e a Sibéria, onde os dados terrestres são escassos. Projetado, lançado e administrado pela Agência Espacial Europeia (ESA), o Goce tem ajudado a reconstruir a história da Terra.
Usando as informações do Goce, Carla Braitenberg, da Universidade de Trieste, na Itália, determinou as regiões de maior densidade ou de maior campo gravitacional, destacando as áreas mais densas, como se estivesse observando os ossos da Terra, inacessíveis a observações geológicas diretas. Ela identificou as estruturas rochosas mais antigas, chamadas de crátons, da África e da América do Sul e detectou a continuidade das estruturas de maior ou de menor densidade dos dois continentes, como a Província da Borborema, no nordeste brasileiro, que se conectava geologicamente com o oeste da África Central. A conclusão é que esses blocos de rochas deviam ser contínuos antes de os continentes se separarem, afastando o que agora reaparece unido.
Usando o Goce, o físico Everton Bomfim, em seu doutorado no Instituto de Astronomia, Geociências e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), detectou falhas nas medições da variação de gravidade, por terra, em áreas limitadas na Amazônia na década de 1970. Em seguida, ele verificou que o cráton da Amazônia, antes visto como único, pode ser na verdade dois – um ao norte, o Escudo das Guianas, e outro ao sul do rio Amazonas, o Escudo Brasileiro –, ainda que tenham idades geológicas próximas entre si, de até 3,2 bilhões de anos.
Essa possibilidade “poderia mudar um pouco a história geológica da região”, disse Bomfim, com a ressalva: “Não é possível tirar uma conclusão final a partir apenas de medidas gravitacionais. Precisamos também de outras fontes de dados como o paleomagnetismo”. O paleomagnetismo é uma técnica de análise das variações do polo magnético da Terra e de determinação dos polos magnéticos das rochas há milhares ou milhões de anos (ver Pesquisa FAPESP nº 85). Estudos paleomagnéticos recentes nas regiões sul e norte do cráton amazônico, coordenados por Manoel D’Agrella-Filho e Franklin Bispo-Santos, também do IAG-USP, detectaram uma possível diferença na direção entre as duas partes do cráton, indicando que elas poderiam ter origens distintas e que, em algum momento, já estiveram separadas. “Apenas sugerimos essa indicação, que contraria conclusões amplamente aceitas sobre a formação da bacia sedimentar amazônica”, observou Bomfim. Já é o bastante, porém, para aventar outras possíveis ocorrências de jazidas minerais e de petróleo ainda não identificadas na região.
“O Goce não via detalhes, mas a Terra inteira”, sintetizou Eder Molina, professor do IAG-USP especializado em medições das variações do campo de gravidade, que foi o orientador de mestrado e doutorado de Bomfim. “Ou seja: via melhor coisas grandes, que os outros modelos gravimétricos não veem bem.” Por essa razão, disse ele, mesmo com uma resolução de 80 quilômetros, inferior a de outros satélites, os dados do Goce têm ajudado a complementar ou corrigir as medições terrestres, não tão abrangentes, e era o único a medir a variação dos componentes da gravidade em relação aos três eixos espaciais, chamados de x, y e z – até agora se media apenas a variação vertical, no eixo z, da aceleração da gravidade, determinada pela força da gravidade. O Goce via as variações do campo de gravidade de nove modos (para cima, para baixo, para frente, para trás e para os lados), indicando a influência de montanhas ou rochas mais densas da proximidade do ponto analisado, cujo formato, a partir daí, poderia ser delineado com mais precisão.
Em 2011, com informações de satélites gravitacionais mais simples que o Goce, Molina, com sua equipe, elaborou um mapa da variação do nível do mar, registrando uma diferença de 70 metros entre a altura da linha-d’água na África do Sul e em Belém, no Pará, em consequência da variação do campo gravitacional da Terra.
África e Andes
Sua obra seguinte, ainda não publicada, retratou o possível encaixe gravimétrico entre a América do Sul e a costa oeste da África antes da separação dos continentes. O mapa, ele notou, é muito semelhante ao publicado em fevereiro deste ano por Carla Braitenberg, de Trieste. Ela própria afirma, no artigo, que seu mapa representa outra forma de ver os continentes unificados em um único bloco e certamente será analisado com rigor por geólogos que examinavam apenas regiões específicas eventualmente comuns nos dois continentes.
“Alguns resultados questionam a validade de conceitos estabelecidos”, comentou Orlando Álvarez, pesquisador da Universidade de San Juan, Argentina, que trabalhou em Trieste com Carla Braitenberg durante um mês em 2010. De volta à Argentina, usando o Goce e outros modelos gravimétricos, ele mapeou as zonas de fraturas dos Andes, o limite geográfico dos crátons da Argentina e o avanço horizontal ou inclinado da placa de Nazca sobre o continente sul-americano. “As áreas de ruptura causadas por terremotos intensos, como o de Valdivia em 1960, coincidiram com nossos resultados”, disse ele. “Podemos agora mapear as regiões mais frágeis e as possíveis zonas de ruptura antes dos tremores, embora não seja possível prever onde e quando um tremor possa ocorrer.”
Talvez às vezes seja possível. No dia 27 de março, o chileno Hans Agurto Detzel, em uma apresentação no IAG-USP, onde é pesquisador, disse que tinha observado uma sequência de terremotos pequenos na costa norte do Chile, com base em uma rede de sismógrafos, um dos aparelhos mais comuns para estudos em geofísica. Ele indicou uma região ainda vazia – uma lacuna sísmica – e a possibilidade iminente de um terremoto de magnitude oito a nove naquela área; o último dessa intensidade tinha ocorrido em 1877. No dia 1º de abril chegou o terremoto de magnitude 8,2 na região que ele havia assinalado, rompendo somente 200 dos 500 quilômetros da lacuna sísmica.
Nos dias seguintes, acompanhando os tremores no norte do Chile, ele notou que os tremores começavam a migrar para o sul da lacuna sísmica. Exatamente ao sul, entre Iquique e a península de Mejillones, parecia haver muita energia acumulada, “o suficiente para gerar outro sismo de magnitude similar ou maior”, segundo ele. Uma página do IAG na internet contém informações atualizadas sobre tremores no Brasil e nos países vizinhos.
(Pesquisa Fapesp) Até cair no mar, em novembro do ano passado, encerrando sua missão de quatro anos na órbita do planeta, o satélite Goce (sigla em inglês para missão de estudo da gravidade e da circulação oceânica em regime estável) registrou com precisão o campo gravitacional da Terra, determinado pela variação de densidade. Quanto maior a massa no interior da Terra, maior o campo gravitacional e a aceleração da gravidade. Agora as informações estão ajudando a desvendar as grandes estruturas da Terra, principalmente de regiões de difícil acesso como a Amazônia, os Andes e a Sibéria, onde os dados terrestres são escassos. Projetado, lançado e administrado pela Agência Espacial Europeia (ESA), o Goce tem ajudado a reconstruir a história da Terra.
Usando as informações do Goce, Carla Braitenberg, da Universidade de Trieste, na Itália, determinou as regiões de maior densidade ou de maior campo gravitacional, destacando as áreas mais densas, como se estivesse observando os ossos da Terra, inacessíveis a observações geológicas diretas. Ela identificou as estruturas rochosas mais antigas, chamadas de crátons, da África e da América do Sul e detectou a continuidade das estruturas de maior ou de menor densidade dos dois continentes, como a Província da Borborema, no nordeste brasileiro, que se conectava geologicamente com o oeste da África Central. A conclusão é que esses blocos de rochas deviam ser contínuos antes de os continentes se separarem, afastando o que agora reaparece unido.
Usando o Goce, o físico Everton Bomfim, em seu doutorado no Instituto de Astronomia, Geociências e Ciências Atmosféricas (IAG) da Universidade de São Paulo (USP), detectou falhas nas medições da variação de gravidade, por terra, em áreas limitadas na Amazônia na década de 1970. Em seguida, ele verificou que o cráton da Amazônia, antes visto como único, pode ser na verdade dois – um ao norte, o Escudo das Guianas, e outro ao sul do rio Amazonas, o Escudo Brasileiro –, ainda que tenham idades geológicas próximas entre si, de até 3,2 bilhões de anos.
Essa possibilidade “poderia mudar um pouco a história geológica da região”, disse Bomfim, com a ressalva: “Não é possível tirar uma conclusão final a partir apenas de medidas gravitacionais. Precisamos também de outras fontes de dados como o paleomagnetismo”. O paleomagnetismo é uma técnica de análise das variações do polo magnético da Terra e de determinação dos polos magnéticos das rochas há milhares ou milhões de anos (ver Pesquisa FAPESP nº 85). Estudos paleomagnéticos recentes nas regiões sul e norte do cráton amazônico, coordenados por Manoel D’Agrella-Filho e Franklin Bispo-Santos, também do IAG-USP, detectaram uma possível diferença na direção entre as duas partes do cráton, indicando que elas poderiam ter origens distintas e que, em algum momento, já estiveram separadas. “Apenas sugerimos essa indicação, que contraria conclusões amplamente aceitas sobre a formação da bacia sedimentar amazônica”, observou Bomfim. Já é o bastante, porém, para aventar outras possíveis ocorrências de jazidas minerais e de petróleo ainda não identificadas na região.
“O Goce não via detalhes, mas a Terra inteira”, sintetizou Eder Molina, professor do IAG-USP especializado em medições das variações do campo de gravidade, que foi o orientador de mestrado e doutorado de Bomfim. “Ou seja: via melhor coisas grandes, que os outros modelos gravimétricos não veem bem.” Por essa razão, disse ele, mesmo com uma resolução de 80 quilômetros, inferior a de outros satélites, os dados do Goce têm ajudado a complementar ou corrigir as medições terrestres, não tão abrangentes, e era o único a medir a variação dos componentes da gravidade em relação aos três eixos espaciais, chamados de x, y e z – até agora se media apenas a variação vertical, no eixo z, da aceleração da gravidade, determinada pela força da gravidade. O Goce via as variações do campo de gravidade de nove modos (para cima, para baixo, para frente, para trás e para os lados), indicando a influência de montanhas ou rochas mais densas da proximidade do ponto analisado, cujo formato, a partir daí, poderia ser delineado com mais precisão.
Em 2011, com informações de satélites gravitacionais mais simples que o Goce, Molina, com sua equipe, elaborou um mapa da variação do nível do mar, registrando uma diferença de 70 metros entre a altura da linha-d’água na África do Sul e em Belém, no Pará, em consequência da variação do campo gravitacional da Terra.
África e Andes
Sua obra seguinte, ainda não publicada, retratou o possível encaixe gravimétrico entre a América do Sul e a costa oeste da África antes da separação dos continentes. O mapa, ele notou, é muito semelhante ao publicado em fevereiro deste ano por Carla Braitenberg, de Trieste. Ela própria afirma, no artigo, que seu mapa representa outra forma de ver os continentes unificados em um único bloco e certamente será analisado com rigor por geólogos que examinavam apenas regiões específicas eventualmente comuns nos dois continentes.
“Alguns resultados questionam a validade de conceitos estabelecidos”, comentou Orlando Álvarez, pesquisador da Universidade de San Juan, Argentina, que trabalhou em Trieste com Carla Braitenberg durante um mês em 2010. De volta à Argentina, usando o Goce e outros modelos gravimétricos, ele mapeou as zonas de fraturas dos Andes, o limite geográfico dos crátons da Argentina e o avanço horizontal ou inclinado da placa de Nazca sobre o continente sul-americano. “As áreas de ruptura causadas por terremotos intensos, como o de Valdivia em 1960, coincidiram com nossos resultados”, disse ele. “Podemos agora mapear as regiões mais frágeis e as possíveis zonas de ruptura antes dos tremores, embora não seja possível prever onde e quando um tremor possa ocorrer.”
Talvez às vezes seja possível. No dia 27 de março, o chileno Hans Agurto Detzel, em uma apresentação no IAG-USP, onde é pesquisador, disse que tinha observado uma sequência de terremotos pequenos na costa norte do Chile, com base em uma rede de sismógrafos, um dos aparelhos mais comuns para estudos em geofísica. Ele indicou uma região ainda vazia – uma lacuna sísmica – e a possibilidade iminente de um terremoto de magnitude oito a nove naquela área; o último dessa intensidade tinha ocorrido em 1877. No dia 1º de abril chegou o terremoto de magnitude 8,2 na região que ele havia assinalado, rompendo somente 200 dos 500 quilômetros da lacuna sísmica.
Nos dias seguintes, acompanhando os tremores no norte do Chile, ele notou que os tremores começavam a migrar para o sul da lacuna sísmica. Exatamente ao sul, entre Iquique e a península de Mejillones, parecia haver muita energia acumulada, “o suficiente para gerar outro sismo de magnitude similar ou maior”, segundo ele. Uma página do IAG na internet contém informações atualizadas sobre tremores no Brasil e nos países vizinhos.
quarta-feira, 21 de maio de 2014
Sentinela ambiental
(Pesquisa Fapesp) Lançado no dia 3 de abril, o Sentinel-1A, satélite desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês), enviou as primeiras imagens da superfície terrestre. Elas são uma pequena amostra do tipo de imagem que a missão irá fornecer para o ambicioso programa europeu de monitoramento ambiental batizado de Copérnico. O Sentinel-1A é equipado com um radar capaz de esquadrinhar a superfície terrestre através das nuvens e da chuva, o que facilitará o monitoramento de geleiras, vazamentos de petróleo no mar e mudanças no uso da terra, além da resposta a emergências, como inundações e terremotos. O satélite também é dotado de um terminal de laser para transmitir rapidamente seus dados por meio do European Data Relay System (EDRS), um sistema de satélites em órbita projetado para minimizar atrasos na transmissão de grandes quantidades de dados. A expectativa da ESA é que os dados gerados pelo Sentinel-1A sejam úteis na formulação de novas políticas ambientais e de segurança. Desde o lançamento, o satélite tem realizado uma complicada rotina para implantar seus radares de 12 metros e suas longas asas solares. Construído a um custo de € 280 milhões, ainda não está em sua órbita operacional, o que deverá ocorrer num horizonte de três meses. Uma das primeiras imagens enviadas pelo satélite mostra a parte norte da península Antártica. Um outro satélite, o Sentinel-1B, idêntico ao 1A, será lançado no próximo ano para potencializar o envio de dados do espaço.
terça-feira, 20 de maio de 2014
Satélite Cryosat confirma que degelo duplicou na Antártida
(Efe/Terra) As observações efetuadas nos últimos três anos pelo satélite Cryosat demonstraram que a Antártida perde 160 bilhões de toneladas de gelo anuais, o dobro do calculado em um estudo similar que abrangia os cinco anos anteriores, indicou nesta segunda-feira a Agência Espacial Europeia (ESA).
As camadas de gelo polares são um dos principais contribuientes à alta do nível do mar e a perda registrada por esse satélite da ESA são suficientes para provocar por si só uma elevação de 0,45 milímetros por ano, afirmou a organização em comunicado.
As zonas mais afetadas, segundo os dados analisados por especialistas do Centro britânico de Observação e Modelagem Polar, se encontram no oeste da Antártica (134,3 bilhões de toneladas anuais), no leste (3 bilhões) e na península (23 bilhões de toneladas).
O satélite Cryosat, lançado em 2010, está equipado com um altímetro que pode medir com precisão a variação de altura da superfície de gelo, o que permite aos cientistas ver a evolução com uma exatidão sem precedentes.
"Vimos que as perdas de gelo mais importantes se encontram no setor próximo ao mar de Amundsen, (...) com níveis de degelo de entre 4 e 8 metros ao ano", explicou o professor britânico Malcolm McMillan, principal autor do estudo.
O desafio, de acordo com a ESA, radica em usar as provas recolhidas para melhorar os modelos de prognóstico, perante a evidência de que nessa parte do planeta estão ocorrendo mudanças significativas.
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Matérias similares no O Globo, Público - Portugal, Voz da Rússia e Galileu
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E mais:
Ventos se intensificam na Antártida (Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil)
As camadas de gelo polares são um dos principais contribuientes à alta do nível do mar e a perda registrada por esse satélite da ESA são suficientes para provocar por si só uma elevação de 0,45 milímetros por ano, afirmou a organização em comunicado.
As zonas mais afetadas, segundo os dados analisados por especialistas do Centro britânico de Observação e Modelagem Polar, se encontram no oeste da Antártica (134,3 bilhões de toneladas anuais), no leste (3 bilhões) e na península (23 bilhões de toneladas).
O satélite Cryosat, lançado em 2010, está equipado com um altímetro que pode medir com precisão a variação de altura da superfície de gelo, o que permite aos cientistas ver a evolução com uma exatidão sem precedentes.
"Vimos que as perdas de gelo mais importantes se encontram no setor próximo ao mar de Amundsen, (...) com níveis de degelo de entre 4 e 8 metros ao ano", explicou o professor britânico Malcolm McMillan, principal autor do estudo.
O desafio, de acordo com a ESA, radica em usar as provas recolhidas para melhorar os modelos de prognóstico, perante a evidência de que nessa parte do planeta estão ocorrendo mudanças significativas.
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Ventos se intensificam na Antártida (Ulisses Capozzoli - Scientific American Brasil)
Geóloga encontra minério de ferro e fosfato em propriedade no AC
Solange Moraes diz que material é diferente do que existe no estado. Formação rochosa ainda está passando por outras análises.
(G1) A análise do solo de uma propriedade rural no interior do Acre resultou numa surpresa para a geóloga Solange Moraes. Durante o estudo em uma área de pastagem, entre os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, foi encontrada uma formação rochosa, segundo ela, com propriedades de minério de ferro, fosfato e sílica, diferente do que normalmente é visto na região. Os materiais ainda estão em processo de pesquisa.
"Era um local destinado a pastagem e começou-se a dificuldade pela grande extensão de afloramentos rochosos. Isso não é comum. É comum encontrar laterita [piçarra], usadas para ramais. No caso, não tinha características da laterita por ser uma rocha contínua", conta.
O trabalho desenvolvido pela geóloga é relacionado à construção civil. E, segundo ela, o estado é reconhecido apenas pela presença de elementos empregados nessa área, como a argila, areia e a laterita, mais conhecida na região como piçarra.
Ao estudar o local, Solange diz que nunca tinha visto a formação rochosa pelos locais que já andou no estado. Ainda no campo, ela identificou a presença do arenito, mais concentrado em regiões distantes da capital, como na Serra do Divisor, na fronteira com Peru.
"O que me chamou atenção era outra sequência rochosa de um peso bem elevado e de uma coloração que indicaria presença do minério de ferro. A densidade era característica de rochas com teor de óxido de ferro. O que também me chamou atenção foi a extensão, de quilômetros", explica.
Uma amostra foi enviada a São Paulo para análise e as suspeitas foram confirmadas. Os teores de fosfato, muito utilizado na agricultura, e minério de ferro eram elevados. Além disso, também havia sílica.
"Nesse primeiro momento, eu pensei nas dificuldades que temos na construção civil de agregados que nos dêem um material, por exemplo, para produzir uma massa asfáltica, para empregar nos nossos ramais ou mesmo nas nossas vias, para que a gente não dependa sempre de Rondônia. São possibilidades que estão sendo investigadas", diz.
De acordo com a geóloga, as pesquisas já foram informadas ao governo do estado e ao Sistema Geológico do Brasil. "Isso é algo que tem que ser estudado, pode ser que chegue lá na frente e se perceba que não tem uma quantidade que possa ser economicamente explorada, mas e se de repente tem?", questiona.
No entanto, já foi feita uma solicitação da área junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para que os estudos sejam realizados. "Eu conheço essa jazida em extensão, mas ainda não a conheço em profundidade. O local, eu não quero expor ainda para ver se a gente consegue essa pesquisa", explica Solange.
Pesquisas no Acre
Para Solange, a região acreana ainda é pouco estudada e o principal desafio é mostrar que existem outras riquezas naturais. "O Acre não tem seu território conhecido ainda. A gente precisa mostrar que o estado não é somente argila, o que eu encontrei não tem nada a ver com argila. O que eu encontrei é uma continuidade de um afloramento que não encontrei um outro local, a não ser na Serra do Divisor", finaliza.
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Mais imagens aqui
(G1) A análise do solo de uma propriedade rural no interior do Acre resultou numa surpresa para a geóloga Solange Moraes. Durante o estudo em uma área de pastagem, entre os municípios de Brasiléia e Epitaciolândia, foi encontrada uma formação rochosa, segundo ela, com propriedades de minério de ferro, fosfato e sílica, diferente do que normalmente é visto na região. Os materiais ainda estão em processo de pesquisa.
"Era um local destinado a pastagem e começou-se a dificuldade pela grande extensão de afloramentos rochosos. Isso não é comum. É comum encontrar laterita [piçarra], usadas para ramais. No caso, não tinha características da laterita por ser uma rocha contínua", conta.
O trabalho desenvolvido pela geóloga é relacionado à construção civil. E, segundo ela, o estado é reconhecido apenas pela presença de elementos empregados nessa área, como a argila, areia e a laterita, mais conhecida na região como piçarra.
Ao estudar o local, Solange diz que nunca tinha visto a formação rochosa pelos locais que já andou no estado. Ainda no campo, ela identificou a presença do arenito, mais concentrado em regiões distantes da capital, como na Serra do Divisor, na fronteira com Peru.
"O que me chamou atenção era outra sequência rochosa de um peso bem elevado e de uma coloração que indicaria presença do minério de ferro. A densidade era característica de rochas com teor de óxido de ferro. O que também me chamou atenção foi a extensão, de quilômetros", explica.
Uma amostra foi enviada a São Paulo para análise e as suspeitas foram confirmadas. Os teores de fosfato, muito utilizado na agricultura, e minério de ferro eram elevados. Além disso, também havia sílica.
"Nesse primeiro momento, eu pensei nas dificuldades que temos na construção civil de agregados que nos dêem um material, por exemplo, para produzir uma massa asfáltica, para empregar nos nossos ramais ou mesmo nas nossas vias, para que a gente não dependa sempre de Rondônia. São possibilidades que estão sendo investigadas", diz.
De acordo com a geóloga, as pesquisas já foram informadas ao governo do estado e ao Sistema Geológico do Brasil. "Isso é algo que tem que ser estudado, pode ser que chegue lá na frente e se perceba que não tem uma quantidade que possa ser economicamente explorada, mas e se de repente tem?", questiona.
No entanto, já foi feita uma solicitação da área junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) para que os estudos sejam realizados. "Eu conheço essa jazida em extensão, mas ainda não a conheço em profundidade. O local, eu não quero expor ainda para ver se a gente consegue essa pesquisa", explica Solange.
Pesquisas no Acre
Para Solange, a região acreana ainda é pouco estudada e o principal desafio é mostrar que existem outras riquezas naturais. "O Acre não tem seu território conhecido ainda. A gente precisa mostrar que o estado não é somente argila, o que eu encontrei não tem nada a ver com argila. O que eu encontrei é uma continuidade de um afloramento que não encontrei um outro local, a não ser na Serra do Divisor", finaliza.
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Cadastro do governo some com mais de 600 cavernas no país
Assim como ela, pelo menos outras 600 grutas "desapareceram" desse sistema.
Em janeiro de 2012, o governo federal anunciou, em tom de comemoração, que o país ultrapassara a marca de 10 mil cavernas registradas. Mas, ao publicar seu cadastro nacional, veio a surpresa: constavam apenas 9.532.
Lançado em setembro de 2013, o Canie (Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas) levou quase dez anos para ficar pronto e gastou R$ 1,1 milhão só com desenvolvimento do sistema.
Além do sumiço das grutas, especialistas apontam problemas como erros de localização e a omissão sobre a fonte de informações.
"Há mais de 30 anos os espeleólogos do Brasil fazem de modo autônomo, sem apoio, um inventário das cavernas. Nós poderíamos ter ajudado, mas nosso auxílio foi rejeitado", diz Marcelo Rasteiro, presidente da Sociedade Brasileira de Espeleologia, que tem cadastro próprio.
Para Eleonora Trajano, bióloga da USP com mais de 35 anos de carreira na especialidade, falhas no cadastro nacional trazem problemas. "Se uma caverna não existe oficialmente, como cobrar sua proteção? Como provar que alguém a destruiu?", diz.
INTERESSE ECONÔMICO
Por conta de suas características de formação, muitas cavernas ficam em regiões de alto interesse econômico, como áreas de mineração ou favoráveis à construção de barragens. Em muitos empreendimentos, cavernas são consideradas empecilhos, devido à necessidade de estudos de impactos mais detalhados.
O cadastro nacional é um produto do Cecav (Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas) ligado ao Ministério do Meio Ambiente. Segundo Jocy Cruz, coordenador do órgão, não houve sumiço de cavernas, uma vez que elas estão em outra base de dados da entidade.
Ele diz que, como as grutas são "oriundas de diversas outras fontes, ainda precisam passar por um processo de validação [certificação de suas informações geográficas e de composição]" para serem anexadas no Canie.
Apenas 1.225 das mais de 9.532 cavernas do Canie, porém, foram validadas até agora. Segundo Cruz, há um trabalho constante para cobrir a lacuna. Mas, hoje, nenhum dos 23 servidores do Cecav se dedica apenas a isso.
"Nós estamos trabalhando para alimentar e atualizar o cadastro. Os empreendimentos são obrigados, por lei, a cadastrar em nossa base quando encontram uma nova caverna", diz Cruz.
Para Rasteiro, isso não basta: "Muitas vezes os empreendimentos omitem esses dados. As empresas não saem por aí procurando cavernas só para cadastrar. Os espeleólogos, que antes faziam isso voluntariamente, agora estão desmotivados a continuar".
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Matéria com acervo de imagens e infográfico aqui
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Aquecimento pode causar aumento de emissão de gases estufa em lagos
Comparação entre Amazônia e Suécia mostra que corpos d’água tropicais podem ser mais sensíveis à temperatura
(Pesquisa Fapesp) Em tempos de mudanças globais no clima, pesquisadores do mundo todo têm se concentrado em mapear, com a maior exatidão possível, as fontes de gases responsáveis pelo efeito estufa e os processos capazes de aprisionar esses gases. Pensando nisso, o ecólogo Humberto Marotta, professor no Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, comparou o que acontece com a matéria orgânica armazenada em lagos sujeitos a temperaturas muito diferentes. Os resultados, publicados em 11/5 no site da Nature Climate Change, contrariam as expectativas e indicam que as águas próximas ao equador podem aumentar mais as suas emissões em caso de aquecimento, em relação àquelas mais perto dos polos.
Enquanto Marotta coletava amostras de sedimento do fundo de lagos suecos, durante um pós-doutorado na Universidade de Uppsala, sua colega Luana Pinho, na época doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), recolhia material semelhante na Amazônia. Com o sedimento armazenado em frascos, ela imediatamente embarcou para a Suécia, onde os dois pesquisadores começaram o experimento em conjunto com Alex Enrich Prast, professor de Ecologia da UFRJ e também coautor do estudo, e outros pesquisadores suecos. Eles distribuíram o material dos nove lagos tropicais e oito boreais em frascos submetidos a temperaturas diferentes, desde 4,3 graus Celsius (°C) até 40,5°C, por um período de incubação que variou entre 0 e 44 dias. Depois disso, eles estimaram a quantidade de gás carbônico (CO2) e metano (CH4) emitida por cada uma das amostras.
Embora a produção de matéria orgânica seja maior na região amazônica, esse material se decompõe rapidamente devido às condições de temperatura e umidade. “A comida estraga fora da geladeira porque é quente”, compara o pesquisador da UFF. Em contraste, nas regiões frias essa matéria orgânica permanece preservada no fundo das águas geladas. “Por isso, antes do artigo acreditávamos que com o aquecimento os lagos boreais liberariam mais gases”, conta Marotta. Mas não foi isso que os experimentos e as análises estatísticas mostraram. “Se constatou que o efeito da temperatura pode ser parecido nos lagos tropicais e boreais.”
Assim, considerando o cenário B1 do IPCC, que imagina uma situação em que as emissões de gases de efeito estufa aumentem até o meio do século e depois se reduzam graças a medidas de mitigação, Marotta e colegas calcularam que as emissões de lagos tropicais podem ser até três vezes maiores do que as de boreais. Mas, segundo ele, o efeito poderia ser ainda potencializado pela importância de outros ecossistemas aquáticos acumuladores de matéria orgânica além dos lagos nas regiões tropicais. “Somente na Amazônia, por exemplo, existem extensas áreas alagadas rasas como pântanos ou alagadiços que não consideramos no estudo”, diz. Se isso acontecer, pode agravar ainda mais o quadro que leva ao aquecimento do planeta.
Para a pergunta que imediatamente surge – por que os lagos tropicais teriam uma resposta até mesmo mais acentuada ao aumento de temperatura? – ainda não há resposta. “Estamos agora na fronteira do conhecimento”, diz Marotta. Entender melhor esses processos é o próximo objetivo dos pesquisadores envolvidos no estudo.
(Pesquisa Fapesp) Em tempos de mudanças globais no clima, pesquisadores do mundo todo têm se concentrado em mapear, com a maior exatidão possível, as fontes de gases responsáveis pelo efeito estufa e os processos capazes de aprisionar esses gases. Pensando nisso, o ecólogo Humberto Marotta, professor no Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, comparou o que acontece com a matéria orgânica armazenada em lagos sujeitos a temperaturas muito diferentes. Os resultados, publicados em 11/5 no site da Nature Climate Change, contrariam as expectativas e indicam que as águas próximas ao equador podem aumentar mais as suas emissões em caso de aquecimento, em relação àquelas mais perto dos polos.
Enquanto Marotta coletava amostras de sedimento do fundo de lagos suecos, durante um pós-doutorado na Universidade de Uppsala, sua colega Luana Pinho, na época doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), recolhia material semelhante na Amazônia. Com o sedimento armazenado em frascos, ela imediatamente embarcou para a Suécia, onde os dois pesquisadores começaram o experimento em conjunto com Alex Enrich Prast, professor de Ecologia da UFRJ e também coautor do estudo, e outros pesquisadores suecos. Eles distribuíram o material dos nove lagos tropicais e oito boreais em frascos submetidos a temperaturas diferentes, desde 4,3 graus Celsius (°C) até 40,5°C, por um período de incubação que variou entre 0 e 44 dias. Depois disso, eles estimaram a quantidade de gás carbônico (CO2) e metano (CH4) emitida por cada uma das amostras.
Embora a produção de matéria orgânica seja maior na região amazônica, esse material se decompõe rapidamente devido às condições de temperatura e umidade. “A comida estraga fora da geladeira porque é quente”, compara o pesquisador da UFF. Em contraste, nas regiões frias essa matéria orgânica permanece preservada no fundo das águas geladas. “Por isso, antes do artigo acreditávamos que com o aquecimento os lagos boreais liberariam mais gases”, conta Marotta. Mas não foi isso que os experimentos e as análises estatísticas mostraram. “Se constatou que o efeito da temperatura pode ser parecido nos lagos tropicais e boreais.”
Assim, considerando o cenário B1 do IPCC, que imagina uma situação em que as emissões de gases de efeito estufa aumentem até o meio do século e depois se reduzam graças a medidas de mitigação, Marotta e colegas calcularam que as emissões de lagos tropicais podem ser até três vezes maiores do que as de boreais. Mas, segundo ele, o efeito poderia ser ainda potencializado pela importância de outros ecossistemas aquáticos acumuladores de matéria orgânica além dos lagos nas regiões tropicais. “Somente na Amazônia, por exemplo, existem extensas áreas alagadas rasas como pântanos ou alagadiços que não consideramos no estudo”, diz. Se isso acontecer, pode agravar ainda mais o quadro que leva ao aquecimento do planeta.
Para a pergunta que imediatamente surge – por que os lagos tropicais teriam uma resposta até mesmo mais acentuada ao aumento de temperatura? – ainda não há resposta. “Estamos agora na fronteira do conhecimento”, diz Marotta. Entender melhor esses processos é o próximo objetivo dos pesquisadores envolvidos no estudo.
Grupo cria previsão de terremotos com 70% de confiabilidade
Pesquisadores desenvolveram um método científico de previsão de terremotos com uma confiabilidade entre 70% e 80%
(Efe/Exame) Pesquisadores de duas universidades de Sevilha e uma do Chile desenvolveram um método científico de previsão de terremotos com uma confiabilidade entre 70% e 80%, informou nesta quinta-feira a Universidade de Sevilha em comunicado.
O método, baseado em técnicas de mineração de dados, permite prever um movimento sísmico com uma semana de adiantamento no caso da Península Ibérica e cinco dias no do Chile.
Os pesquisadores são membros do grupo de pesquisa Estruturas e Geotecnia da Universidade de Sevilha, do grupo de pesquisa Mineração de dados e sistemas inteligentes da Universidade Pablo de Olavide (UPO), em Sevilha, e do TGT-NT2 Labs (Nikola Tesla New Technology Labs) do Chile.
O sistema de prognóstico se baseia em uma rede neuronal artificial na qual uma série de dados de entrada, interligados através de equações, apontam um resultado, segundo o professor da Universidade de Sevilha Antonio Morales, criador da técnica junto ao professor da UPO Francisco Martínez e o cientista chileno Jorge Reyes.
Na Península Ibérica, analisaram o mar de Alborán e a zona oeste da falha Açores-Gibraltar, enquanto no Chile a investigação se estendeu a quatro das regiões com as maiores atividades sísmicas do país.
A atividade sísmica da Península Ibérica é moderada. O Chile, no entanto, é o país com maior sismicidade do mundo, o que demonstra que a técnica é válida em regiões com propriedades sísmicas e tectônicas diferentes, afirmou Morales.
A metodologia está sendo aprimorada com dados do Japão, um país onde o risco sísmico é muito alto.
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E mais:
Os terremotos que abalaram o mundo nos últimos 10 anos (Acervo Exame)
(Efe/Exame) Pesquisadores de duas universidades de Sevilha e uma do Chile desenvolveram um método científico de previsão de terremotos com uma confiabilidade entre 70% e 80%, informou nesta quinta-feira a Universidade de Sevilha em comunicado.
O método, baseado em técnicas de mineração de dados, permite prever um movimento sísmico com uma semana de adiantamento no caso da Península Ibérica e cinco dias no do Chile.
Os pesquisadores são membros do grupo de pesquisa Estruturas e Geotecnia da Universidade de Sevilha, do grupo de pesquisa Mineração de dados e sistemas inteligentes da Universidade Pablo de Olavide (UPO), em Sevilha, e do TGT-NT2 Labs (Nikola Tesla New Technology Labs) do Chile.
O sistema de prognóstico se baseia em uma rede neuronal artificial na qual uma série de dados de entrada, interligados através de equações, apontam um resultado, segundo o professor da Universidade de Sevilha Antonio Morales, criador da técnica junto ao professor da UPO Francisco Martínez e o cientista chileno Jorge Reyes.
Na Península Ibérica, analisaram o mar de Alborán e a zona oeste da falha Açores-Gibraltar, enquanto no Chile a investigação se estendeu a quatro das regiões com as maiores atividades sísmicas do país.
A atividade sísmica da Península Ibérica é moderada. O Chile, no entanto, é o país com maior sismicidade do mundo, o que demonstra que a técnica é válida em regiões com propriedades sísmicas e tectônicas diferentes, afirmou Morales.
A metodologia está sendo aprimorada com dados do Japão, um país onde o risco sísmico é muito alto.
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E mais:
Os terremotos que abalaram o mundo nos últimos 10 anos (Acervo Exame)
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Superexploração da água é fator de risco sísmico na Califórnia
(AFP/Terra) A exploração intensiva de água na região central da Califórnia, principalmente para irrigar lavouras, pode acelerar o ritmo dos tremores de terra no oeste americano, sugere um estudo publicado nesta quarta-feira.
Os cientistas avaliam que a extração de água, a irrigação e fenômenos de evaporação têm provocado, nos últimos 150 anos, o desaparecimento de 160 quilômetros cúbicos de água (1 km³ equivale a um bilhão de litros) nos lençóis freáticos do Vale Central da Califórnia.
Esta perda de volume nas rochas do subsolo acabou influenciando os movimentos da crosta terrestre e a atividade sísmica da região, próxima da conhecida falha de San Andreas, avaliaram Colin Amos, geólogo da Western Washington University, e sua equipe.
Graças a uma rede de marcos de GPS, os pesquisadores mediram as variações do relevo no vale de San Joaquin, um dos celeiros dos Estados Unidos, que garante cerca da metade da produção de frutas e legumes do país.
Os geólogos já sabem que este vale sofre fenômenos de desnível, às vezes muito pronunciados (cerca de 30 cm por ano, em alguns lugares, um registro acumulado de 5,50 metros), provocados pela extração de água no subsolo, uma atividade sem qualquer limitação regulamentar na Califórnia, ao contrário do que acontece em muitos outros estados vizinhos.
Colin Amos descobriu que algumas regiões rochosas na fronteira do vale de San Joaquin, como a famosa Sierra Nevada, elevou-se de 1 a 3 mm todos os anos, em uma espécie de choque de reação, vinculado à elasticidade da crosta terrestre.
Esta tendência sazonal, ligada às precipitações e que termina na estação seca (fim do verão e começo do outono), é acompanhada de um fenômeno de fundo que se acentua ano após ano e que corresponde à superexploração de lençóis freáticos, escreveram os autores no estudo, publicado na revista científica britânica Nature.
Esta sobre-elevação crônica de parte da Califórnia central modifica as tensões exercidas sobre a falha de San Andreas, aumentando provavelmente a frequência de pequenos sismos na região, mas também potencialmente, a mais longo prazo, os riscos de um tremor de terra maior.
"Estes resultados sugerem que as atividades humanas podem aumentar progressivamente o ritmo dos sismos", destacaram os cientistas, que se disseram ainda mais inquietos porque a demanda de água deverá continuar a subir na Califórnia apesar dos efeitos negativos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos.
Os cientistas avaliam que a extração de água, a irrigação e fenômenos de evaporação têm provocado, nos últimos 150 anos, o desaparecimento de 160 quilômetros cúbicos de água (1 km³ equivale a um bilhão de litros) nos lençóis freáticos do Vale Central da Califórnia.
Esta perda de volume nas rochas do subsolo acabou influenciando os movimentos da crosta terrestre e a atividade sísmica da região, próxima da conhecida falha de San Andreas, avaliaram Colin Amos, geólogo da Western Washington University, e sua equipe.
Graças a uma rede de marcos de GPS, os pesquisadores mediram as variações do relevo no vale de San Joaquin, um dos celeiros dos Estados Unidos, que garante cerca da metade da produção de frutas e legumes do país.
Os geólogos já sabem que este vale sofre fenômenos de desnível, às vezes muito pronunciados (cerca de 30 cm por ano, em alguns lugares, um registro acumulado de 5,50 metros), provocados pela extração de água no subsolo, uma atividade sem qualquer limitação regulamentar na Califórnia, ao contrário do que acontece em muitos outros estados vizinhos.
Colin Amos descobriu que algumas regiões rochosas na fronteira do vale de San Joaquin, como a famosa Sierra Nevada, elevou-se de 1 a 3 mm todos os anos, em uma espécie de choque de reação, vinculado à elasticidade da crosta terrestre.
Esta tendência sazonal, ligada às precipitações e que termina na estação seca (fim do verão e começo do outono), é acompanhada de um fenômeno de fundo que se acentua ano após ano e que corresponde à superexploração de lençóis freáticos, escreveram os autores no estudo, publicado na revista científica britânica Nature.
Esta sobre-elevação crônica de parte da Califórnia central modifica as tensões exercidas sobre a falha de San Andreas, aumentando provavelmente a frequência de pequenos sismos na região, mas também potencialmente, a mais longo prazo, os riscos de um tremor de terra maior.
"Estes resultados sugerem que as atividades humanas podem aumentar progressivamente o ritmo dos sismos", destacaram os cientistas, que se disseram ainda mais inquietos porque a demanda de água deverá continuar a subir na Califórnia apesar dos efeitos negativos das mudanças climáticas sobre os recursos hídricos.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Pólos são conectados de forma bizarra
(Space/Hypescience) Conexões atmosféricas de longa distância entre os pólos Norte e Sul estão ligando o tempo e o clima em partes distantes do globo, de acordo com dados de uma sonda da NASA. Chamadas de “teleconexões”, os pesquisadores dizem que elas explicam por que a temperatura do ar de inverno em Indianápolis, nos Estados Unidos, durante o chamado vórtice polar, estava correlacionada com uma redução de nuvens de alta altitude sobre a Antártica, a milhares de quilômetros de distância.
“As mudanças nas regiões polares do Norte foram ‘comunicadas’ até o outro lado do mundo”, disse Cora Randall, cientista atmosférica da Universidade do Colorado, Boulder (EUA) e membro da equipe científica da sonda espacial Aeronomy of Ice in the Mesosphere (AIM – em português: Aeronomia do Gelo na Mesosfera).
A sonda AIM da NASA foi lançada em 2007 para estudar nuvens noctilucentes, que se formam a mais de 80 quilômetros acima da superfície da Terra, em uma camada conhecida como a mesosfera. As nuvens, que brilham em azul elétrico após o anoitecer ou de madrugada, são compostas de cristais de gelo que se acumulam sobre a “fumaça de meteoros”, o pó retirado de meteoros conforme eles passam através da atmosfera.
Ao estudar essas nuvens, os pesquisadores ficaram surpresos ao descobrir estas teleconexões. Ventos na estratosfera do Hemisfério Norte, a segunda camada da atmosfera da Terra, estavam afetando, algumas semanas mais tarde, a mesosfera do Hemisfério Sul, a camada acima da estratosfera.
Especificamente, o enorme sistema de vento conhecido como vórtice polar – que trouxe temperaturas frias para a América do Norte em janeiro passado – abrandou. Essa desaceleração, por sua vez, fez a mesosfera do Hemisfério Sul ficar mais quente e seca, causando a formação de menos nuvens noctilucentes.
“Quando você altera a circulação, você muda temperaturas”, conta Randall. Se você alterar as temperaturas em uma área, mas não em outra, os ventos mudam. Ela explica que é criado um sistema de feedback, de modo que tudo o que acontece no Hemisfério Norte se propaga até o Hemisfério Sul.
A equipe encontrou uma ligação estatística entre o tempo invernal no estado norte-americano de Indiana e um declínio nas nuvens noctilucentes sobre a Antártida, duas semanas depois. Randall disse que ela escolheu estudar Indiana porque tem família lá, mas a mesma ligação se provou verdadeira para outras áreas da América do Norte.
Planeta conectado
O tempo frio na América do Norte não fez com que as nuvens sobre a Antártica mudassem, nem as nuvens causaram o tempo frio. Em vez disso, a estratosfera do Norte é que altera ambos.
Tais teleconexões entre a estratosfera do Norte e mesosfera do Sul já tinham sido observadas antes, e os cientistas também sabiam que as condições na estratosfera poderiam afetar o clima na superfície. Mas, agora, parece que a estratosfera influencia, em paralelo, o tempo na superfície local e partes distantes da mesosfera.
Outro estudo recente descobriu que essas nuvens estão se tornando mais comuns sobre latitudes mais baixas, incluindo o sul do Canadá e o norte dos Estados Unidos. Os resultados mostram como as mudanças feitas em uma parte da atmosfera – incluindo aquelas causadas por atividades humanas – não são restritas a apenas essa área. A liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono e metano na atmosfera pode provocar a formação de nuvens no Hemisfério Sul, e essas nuvens podem ser usadas como um indicador da mudança climática. “Estamos descobrindo o quão conectada toda a Terra realmente é”, concluiu Randall.
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Afinal, o que aconteceu no Hemisfério Norte há 12 mil anos atrás?
(Apolo11) Há cerca de 12800 anos, um evento rápido e de grandes proporções causou uma intensa onda de frio que dizimou mamíferos e homens pré-históricos no hemisfério norte. Alguns atribuem isso à queda de um objeto espacial, outros descartam essa ideia.
Até agora, a ideia predominante era que o evento de destruição em massa tinha sido provocado pelo impacto de um asteroide ou cometa. Na busca por evidências, Os defensores dessa teoria estudaram os sedimentos de 29 locais na América do Norte e Europa e coletaram amostras que indicavam que algum evento de grandes proporções ocorreu há 12800 anos.
Agora, um grupo de pesquisadores independentes re-analizou todas as datas do material geológico que representa supostamente o impacto e descobriu que a cronologia dos sedimentos não bate.
De acordo com artigo publicado esta semana pela Academia Nacional de Ciências, dos EUA, somente 3 dos 29 sítios arqueológicos estão datados corretamente. Os outros locais, ou não foram datados com métodos radiométricos usuais ou são mais jovens ou mais velhos que o suposto impacto.
"As datas não combinam, disse o arqueólogo David Meltzer, líder do estudo e ligado à Southern Methodist University, de Dallas, nos EUA.
Para o Meltzer, não há dúvida de que algo importante aconteceu na região em torno de 12800 anos atrás. As temperaturas no Hemisfério Norte caíram intensamente e caçadores habilidosos conhecidos como Cultura Clovis desapareceram do que hoje é o oeste dos Estados Unidos. Muitos dos grandes mamíferos da América do Norte, como os mamutes, foram totalmente extintos.
Esse período de resfriamento, chamado de "Dryas Recente" ocorreu há cerca de 12700 a 11500 anos. No Reino Unido, evidências sob a forma de fósseis de escaravelhos sugerem que a temperatura chegou a cair aproximadamente 5°C ao ano.
Assinaturas de carbono
Proponentes da teoria do impacto dizem que muitas evidências apontam para a colisão de um objeto cósmico, entre eles pequenos diamantes formados pela alta pressão de um impacto e fuligem e carvão de fogueiras, possivelmente desencadeadas por incêndios causados pelo impacto.
Os adversários respondem que há outras explicações para estes materiais e que uma explosão de cometa ou asteroide deveria ter deixado uma enorme impressão digital como registro geológico, mas nada do tipo foi encontrado.
Para verificar a precisão das datas, os pesquisadores passaram a estudar novamente as literaturas originais que descrevem os 29 sítios arqueológicos, que se acreditava serem de 12800 anos de idade.
O estudo apontou que muitas dessas ligações eram tênues, entre eles uma característica glacial em Alberta, no Canadá, que tinha sido datada como cerca de 13 mil de idade. Para os especialistas essa data foi estimada, baseada em características glaciais semelhantes situadas a 2600 quilômetros de distância, formadas por uma camada de gelo diferente.
Em outros lugares as datas de radiocarbono descritos como 12800 anos de idade tinham sido recolhidos centenas de metros de distância da suposta camada de impacto. Na Praia de Wally em Alberta, a datação por radiocarbono veio do crânio de um boi almiscarado, Mas os marcadores relacionados ao impacto foram obtidos bem longe dali, em sedimentos encontrados dentro de um fóssil diferente.
Juntas, as datações falham na tentativa de provar que algo grandioso e simultâneo aconteceu em todos os 29 locais há 12800 anos. "Por enquanto, não há nenhuma razão ou evidência para aceitar a alegação de um impacto extraterrestre", concluíram os cientistas em trabalho publicado no periódico Nature.
Do outro lado, os apoiadores da teoria do impacto não concordam. "A análise das datas feitas por Meltzer é demasiadamente simplista e claramente inclinada às suas convicções", disse Richard Firestone, químico nuclear ligado ao Laboratório Nacional Lawrence Berkeley e líder da teoria do impacto.
De acordo com Firestone, os erros na datação por radiocarbono significa que nem todos os sítios vão cravar exatamente 12800. Além disso, muitos dos argumentos de sua equipe dependem de cruzamento de dados de sítios arqueológicos, alguns com boas datações e outros não.
Meltzer diz que ficaria feliz em aceitar a teoria do impacto, desde que as evidências a apoiem. "Nós meio que demos uma sacudida e um chocalho nessa teoria, mas não encontramos provas de qualquer impacto", disse Meltzer.
Então fica a pergunta: O que aconteceu no hemisfério norte e que fez a temperatura baixar bruscamente há quase 13 mil anos atrás?
terça-feira, 13 de maio de 2014
Ventos no Oceano Antártico são os mais fortes em mil anos, diz estudo
Rajadas violentas teriam vínculo com elevação da temperatura do planeta. Fortalecimento dos ventos ocorreu nos últimos 70 anos, dizem cientistas.
(France Presse/G1) Os ventos que varrem o Oceano Antártico são os mais fortes do último milênio, alimentados pelas mudanças climáticas e pelas taxas crescentes de dióxido de carbono na atmosfera, revelaram cientistas em um estudo publicado na revista "Nature Climate Change".
As rajadas, que aterrorizaram gerações de marinheiros, estão "mais fortes hoje do que nunca nos últimos mil anos", explicam os pesquisadores em artigo da Universidade Nacional da Austrália. "O fortalecimento desses ventos foi particularmente claro nos últimos 70 anos e, combinando nossas observações com os modelos climáticos, podemos vincular claramente o fenômeno ao aumento dos gases de efeito estufa", diz Nerilie Abram, coautora do estudo.
Os ventos do oeste, que evitam a costa oriental da Antártica circundando-a, levam mais ar frio à medida que se intensificam, privando a Austrália de preciosas chuvas e fazendo com o que o país sofra com um aumento constante de temperaturas, secas e incêndios. "A Antártica desafia a tendência. Todos os continentes esquentam e o Ártico é onde isso acontece mais rápido".
Para chegar as suas conclusões, os pesquisadores extraíram amostras de gelo na Antártica, analisaram o crescimento de árvores na América do Sul e a evolução das águas dos lagos neste continente. Os dados foram analisados pelo supercomputador Raijin da universidade.
Ameaça a espécies
A evolução climática é fruto da influência complexa entre os ventos e as correntes – apesar do constraste no continente gelado. Enquanto o centro da Antártica continua sendo frio, os ventos do oeste esquentam a península a um ritmo preocupante, transformando o ecossistema local com uma forte diminuição das populações de pinguins-de-adélia.
A atividade humana é essencialmente responsável por estas mudanças, explica steven Phipps, da Universidade de Nova Gales do Sul. A partir dos anos 1970, a situação foi agravada pelo aumento do buraco da camada de ozônio devido aos clorofluorcarbonos (CFC) utilizados na indústria. "Inclusive na hipótese de um cenário (de impacto climático) médio, a tendência continuará no século XXI", adverte Steven Phipps.
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(France Presse/G1) Os ventos que varrem o Oceano Antártico são os mais fortes do último milênio, alimentados pelas mudanças climáticas e pelas taxas crescentes de dióxido de carbono na atmosfera, revelaram cientistas em um estudo publicado na revista "Nature Climate Change".
As rajadas, que aterrorizaram gerações de marinheiros, estão "mais fortes hoje do que nunca nos últimos mil anos", explicam os pesquisadores em artigo da Universidade Nacional da Austrália. "O fortalecimento desses ventos foi particularmente claro nos últimos 70 anos e, combinando nossas observações com os modelos climáticos, podemos vincular claramente o fenômeno ao aumento dos gases de efeito estufa", diz Nerilie Abram, coautora do estudo.
Os ventos do oeste, que evitam a costa oriental da Antártica circundando-a, levam mais ar frio à medida que se intensificam, privando a Austrália de preciosas chuvas e fazendo com o que o país sofra com um aumento constante de temperaturas, secas e incêndios. "A Antártica desafia a tendência. Todos os continentes esquentam e o Ártico é onde isso acontece mais rápido".
Para chegar as suas conclusões, os pesquisadores extraíram amostras de gelo na Antártica, analisaram o crescimento de árvores na América do Sul e a evolução das águas dos lagos neste continente. Os dados foram analisados pelo supercomputador Raijin da universidade.
Ameaça a espécies
A evolução climática é fruto da influência complexa entre os ventos e as correntes – apesar do constraste no continente gelado. Enquanto o centro da Antártica continua sendo frio, os ventos do oeste esquentam a península a um ritmo preocupante, transformando o ecossistema local com uma forte diminuição das populações de pinguins-de-adélia.
A atividade humana é essencialmente responsável por estas mudanças, explica steven Phipps, da Universidade de Nova Gales do Sul. A partir dos anos 1970, a situação foi agravada pelo aumento do buraco da camada de ozônio devido aos clorofluorcarbonos (CFC) utilizados na indústria. "Inclusive na hipótese de um cenário (de impacto climático) médio, a tendência continuará no século XXI", adverte Steven Phipps.
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Cientistas querem estudar terremotos silenciosos na Nova Zelândia
Tremores ocorrem a 3 km de profundidade, em frente à Ilha Norte do país. Região seria capaz de gerar terremotos de 9 graus de magnitude.
(Efe/G1) Uma equipe de sismólogos vai estudar os chamados "terremotos silenciosos" na fossa de Hikurangi, uma área de convergência de placas tectônicas que ficam em frente à ilha Norte da Nova Zelândia e que, acreditam os cientistas, seja capaz de gerar tremores de 9 graus de magnitude.
Durante as próximas duas semanas os cientistas vão colocar instrumentos de medição sísmica procedentes do Japão e dos Estados Unidos para estudar por um ano a atividade nesta área, situada na baía Poverty. As informações são do jornal "New Zealand Herald".
O projeto representa a maior instalação de instrumentos no leito marinho na Nova Zelândia para estudar os eventos sísmicos lentos ou terremotos silenciosos, nos quais os deslocamentos não causam estrondos e acontecem, ao contrário de um terremoto convencional, em um período de horas, semanas ou meses. Os instrumentos fornecerão maior informação sobre os tremores e tsunamis na fossa de Hikurangi.
Ali, os terremotos silenciosos acontecem com um intervalo aproximado de cerca de 18 meses e deslocam porções de terreno dois centímetros para leste a cada uma ou duas semanas. Se este mesmo deslocamento se desse em alguns segundos, em vez de semanas, registraria terremotos de uma intensidade de seis a sete graus.
"As zonas de subducção, como a que se encontra em frente à ilha do Norte, podem gerar os maiores terremotos do mundo", explicou o sismólogo neozelandês Bill Fry ao lembrar os tremores de Sumatra (Indonésia) em 2004 e o de Tohuku (Japão) em 2011, que registraram uma intensidade de 9,1 e 9 graus, respectivamente.
A Nova Zelândia se assenta na falha entre as placas tectônicas do Pacífico e Oceania e registra cerca de 14 mil terremotos a cada ano, dos quais entre 100 e 150 têm a potência suficiente para serem percebidos.
(Efe/G1) Uma equipe de sismólogos vai estudar os chamados "terremotos silenciosos" na fossa de Hikurangi, uma área de convergência de placas tectônicas que ficam em frente à ilha Norte da Nova Zelândia e que, acreditam os cientistas, seja capaz de gerar tremores de 9 graus de magnitude.
Durante as próximas duas semanas os cientistas vão colocar instrumentos de medição sísmica procedentes do Japão e dos Estados Unidos para estudar por um ano a atividade nesta área, situada na baía Poverty. As informações são do jornal "New Zealand Herald".
O projeto representa a maior instalação de instrumentos no leito marinho na Nova Zelândia para estudar os eventos sísmicos lentos ou terremotos silenciosos, nos quais os deslocamentos não causam estrondos e acontecem, ao contrário de um terremoto convencional, em um período de horas, semanas ou meses. Os instrumentos fornecerão maior informação sobre os tremores e tsunamis na fossa de Hikurangi.
Ali, os terremotos silenciosos acontecem com um intervalo aproximado de cerca de 18 meses e deslocam porções de terreno dois centímetros para leste a cada uma ou duas semanas. Se este mesmo deslocamento se desse em alguns segundos, em vez de semanas, registraria terremotos de uma intensidade de seis a sete graus.
"As zonas de subducção, como a que se encontra em frente à ilha do Norte, podem gerar os maiores terremotos do mundo", explicou o sismólogo neozelandês Bill Fry ao lembrar os tremores de Sumatra (Indonésia) em 2004 e o de Tohuku (Japão) em 2011, que registraram uma intensidade de 9,1 e 9 graus, respectivamente.
A Nova Zelândia se assenta na falha entre as placas tectônicas do Pacífico e Oceania e registra cerca de 14 mil terremotos a cada ano, dos quais entre 100 e 150 têm a potência suficiente para serem percebidos.
segunda-feira, 12 de maio de 2014
8 perguntas que ainda não conseguimos responder sobre a Terra
(Hypescience) Quando o primeiro Dia da Terra foi realizado, em 1970, os geólogos ainda estavam dando os últimos retoques em suas teorias sobre placas tectônicas, o modelo que explica como a superfície da Terra se formou. Mais de 40 anos depois, muitos enigmas ainda permanecem quando se trata do nosso planeta. Aqui estão algumas das perguntas para as quais ainda não temos resposta:
sexta-feira, 9 de maio de 2014
Estudo alerta para risco de derretimento na Antártica Oriental
(DW/Terra) Até agora tida como praticamente imune ao aquecimento global, a porção leste do continente também enfrenta riscos, afirmam pesquisadores. Uma vez iniciado, derretimento na região de Wilkes seria irreversível.
Enquanto a temperatura no Ártico vêm aumentando duas vezes mais rápido do que no resto do planeta, o gelo da Antártica foi durante muito tempo tido como pouco afetado pelas mudanças climáticas. Nos últimos anos, porém, as imagens de geleiras se derretendo colocaram a comunidade científica em alerta, ao menos em relação à região oeste. Somente a Antártica Oriental e seu frio cortante pareciam ser capazes de desafiar as mudanças climáticas.
Mas estudos do Instituto de Pesquisa sobre Impactos Climáticos de Potsdam (PIK), na Alemanha, lançaram dúvidas sobre essa crença. Um artigo publicado esta semana na revista Nature Climate Change indica que o derretimento de apenas uma pequena parte da costa oriental da Antártica poderia provocar um enorme aumento do nível do mar ao longo dos anos, ao "liberar" grandes quantidades de gelo por ela retidas.
"Rolha" retém o gelo
"Até o momento, acreditava-se que apenas a parte oeste da Antártica era instável. Agora sabemos que sua porção leste, que é dez vezes maior, possivelmente também está em perigo", afirma o pesquisador Anders Levermann, diretor de estratégias globais do PIK e coautor do estudo.
Levermann e seu colega Matthias Mengel chegaram a tais conclusões com base em simulações de computador, usando dados aprimorados sobre o subsolo da Antártica. "A Cratera de Wilkes, na Antártica Oriental, é como uma garrafa deitada", afirma Mengel, o outro autor do estudo. "Se a rolha for tirada, a garrafa vai se esvaziar."
Se a "rolha" – placa de gelo ao longo da costa e que "segura" enormes massas de gelo atrás de si– derreter, o nível do mar poderia aumentar de três a quatro metros. Apesar de as temperaturas do ar na região antártica serem muito baixas, correntes oceânicas mais quentes poderiam provocar o degelo na parte costeira.
Até o momento, não há sinais de águas mais quentes nas proximidades do manto de gelo de Wilkes. Algumas simulações partem do princípio de que as condições climáticas poderiam mudar nos próximos 200 anos, fazendo com que a "rolha" derretesse. Ainda assim, cientistas estimam que seriam necessários mais 2 mil anos para que o nível do mar aumentasse um metro.
Um processo longo, mas irreversível
Pelas simulações, demoraria de 5 mil a 10 mil anos para que todo o gelo retido pela "rolha" derretesse. "Mas, uma vez iniciado o derretimento, a água vai continuar a correr até que a bacia se esvazie por inteira", diz Mengel. "Esse é o principal problema. Com a emissão de cada vez mais gases do efeito estufa, é possível que sejam desencadeadas reações que não conseguiremos controlar no futuro."
O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) prevê um aumento de 16 centímetros no nível dos mares ainda neste século devido ao derretimento da Antártica. Como isso já teria um impacto devastador em muitas áreas costeiras do mundo, qualquer fator adicional é de fundamental importância para os cálculos.
"Provavelmente superestimamos a estabilidade da Antártica Oriental até agora", diz Levermann. O pesquisador alerta que qualquer pequeno aumento do nível do mar poderia agravar o risco de enchentes em cidades costeiras, como Rio de Janeiro, Nova York, Tóquio e Mumbai.
No momento, a maior responsável na Antártica pelo aumento no nível do mar é a geleira da Ilha de Pine, na Antártica Ocidental. Um enorme iceberg descolou-se da geleira no ano passado e flutua no oceano. O glaciólogo Gael Durand, da Universidade de Grenoble, na França, afirmou à DW em janeiro deste ano que esta enorme geleira já alcançou um estágio em que o derretimento é irreversível, independentemente da temperatura do ar ou do oceano.
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Matéria similar na Folha
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E mais:
Estudos indicam que Antártica Ocidental tem geleiras em declínio (G1), com matérias similares no Terra, Público - Portugal, Folha e JB
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Derretimento de geleiras na Antártida é 'irrefreável', dizem cientistas (Veja), com matérias similares na Exame e Galileu
.
Derretimento da Antártica aumentará nível do mar entre um e quatro metros (O Globo)
Enquanto a temperatura no Ártico vêm aumentando duas vezes mais rápido do que no resto do planeta, o gelo da Antártica foi durante muito tempo tido como pouco afetado pelas mudanças climáticas. Nos últimos anos, porém, as imagens de geleiras se derretendo colocaram a comunidade científica em alerta, ao menos em relação à região oeste. Somente a Antártica Oriental e seu frio cortante pareciam ser capazes de desafiar as mudanças climáticas.
Mas estudos do Instituto de Pesquisa sobre Impactos Climáticos de Potsdam (PIK), na Alemanha, lançaram dúvidas sobre essa crença. Um artigo publicado esta semana na revista Nature Climate Change indica que o derretimento de apenas uma pequena parte da costa oriental da Antártica poderia provocar um enorme aumento do nível do mar ao longo dos anos, ao "liberar" grandes quantidades de gelo por ela retidas.
"Rolha" retém o gelo
"Até o momento, acreditava-se que apenas a parte oeste da Antártica era instável. Agora sabemos que sua porção leste, que é dez vezes maior, possivelmente também está em perigo", afirma o pesquisador Anders Levermann, diretor de estratégias globais do PIK e coautor do estudo.
Levermann e seu colega Matthias Mengel chegaram a tais conclusões com base em simulações de computador, usando dados aprimorados sobre o subsolo da Antártica. "A Cratera de Wilkes, na Antártica Oriental, é como uma garrafa deitada", afirma Mengel, o outro autor do estudo. "Se a rolha for tirada, a garrafa vai se esvaziar."
Se a "rolha" – placa de gelo ao longo da costa e que "segura" enormes massas de gelo atrás de si– derreter, o nível do mar poderia aumentar de três a quatro metros. Apesar de as temperaturas do ar na região antártica serem muito baixas, correntes oceânicas mais quentes poderiam provocar o degelo na parte costeira.
Até o momento, não há sinais de águas mais quentes nas proximidades do manto de gelo de Wilkes. Algumas simulações partem do princípio de que as condições climáticas poderiam mudar nos próximos 200 anos, fazendo com que a "rolha" derretesse. Ainda assim, cientistas estimam que seriam necessários mais 2 mil anos para que o nível do mar aumentasse um metro.
Um processo longo, mas irreversível
Pelas simulações, demoraria de 5 mil a 10 mil anos para que todo o gelo retido pela "rolha" derretesse. "Mas, uma vez iniciado o derretimento, a água vai continuar a correr até que a bacia se esvazie por inteira", diz Mengel. "Esse é o principal problema. Com a emissão de cada vez mais gases do efeito estufa, é possível que sejam desencadeadas reações que não conseguiremos controlar no futuro."
O mais recente relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) prevê um aumento de 16 centímetros no nível dos mares ainda neste século devido ao derretimento da Antártica. Como isso já teria um impacto devastador em muitas áreas costeiras do mundo, qualquer fator adicional é de fundamental importância para os cálculos.
"Provavelmente superestimamos a estabilidade da Antártica Oriental até agora", diz Levermann. O pesquisador alerta que qualquer pequeno aumento do nível do mar poderia agravar o risco de enchentes em cidades costeiras, como Rio de Janeiro, Nova York, Tóquio e Mumbai.
No momento, a maior responsável na Antártica pelo aumento no nível do mar é a geleira da Ilha de Pine, na Antártica Ocidental. Um enorme iceberg descolou-se da geleira no ano passado e flutua no oceano. O glaciólogo Gael Durand, da Universidade de Grenoble, na França, afirmou à DW em janeiro deste ano que esta enorme geleira já alcançou um estágio em que o derretimento é irreversível, independentemente da temperatura do ar ou do oceano.
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Se a Terra tivesse um teto, existiria vento?
(Oráculo - Super) Vossa Magnificência Oráculo, um dia desses eu perdi minha carona e fui do trabalho para casa a pé. Eu sou de Alagoas e estava derretendo por causa do Sol de meio dia, isso me fez pensar: embora sabendo que é algo impossível, se colocasse um “telhado” em todo o mundo, mais ou menos na altura na camada de ozônio, haveria vento aqui dentro?
O povo clama pela volta da Copa Oráculo e suas perguntas estupendamente estapafúrdias e criativosas! Allan, caro, depende do telhado. Se esse übertelhado não tiver isolante térmico, pouca coisa muda, teoricamente.
Para responder sua inquietante dúvida, contamos com a ajuda de Renato Las Casas, coordenador do Grupo de Astronomia da UFMG. De acordo com a rotação da Terra, a luz do Sol incide sobre diferentes regiões da atmosfera. Ao receberem a luz com um telhado que não fosse um isolante térmico, essas regiões continuariam sendo aquecidas normalmente. O aquecimento solar provoca diferenças de temperatura na atmosfera. Com temperaturas diferentes, a densidade do ar também muda. A tendência do ar menos denso (o quente) é subir e do ar mais denso (o frio) é descer.
É esse deslocamento de ar que chamamos de vento.
Agora, se vossa senhoria optar por um telhado isolante térmico, isso iria impedir a energia do Sol de chegar até a atmosfera. Assim, não haveria diferenças de temperatura por aqui, e portanto, também não teríamos ventos. Mas também não teríamos plantas, Pepê, Neném, Wagner nem Beethoven.
O povo clama pela volta da Copa Oráculo e suas perguntas estupendamente estapafúrdias e criativosas! Allan, caro, depende do telhado. Se esse übertelhado não tiver isolante térmico, pouca coisa muda, teoricamente.
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É esse deslocamento de ar que chamamos de vento.
Agora, se vossa senhoria optar por um telhado isolante térmico, isso iria impedir a energia do Sol de chegar até a atmosfera. Assim, não haveria diferenças de temperatura por aqui, e portanto, também não teríamos ventos. Mas também não teríamos plantas, Pepê, Neném, Wagner nem Beethoven.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Vídeo mostra terremotos sentidos no planeta nos primeiros meses de 2014
Abril registrou 13 fortes tremores de terra, algo considerado incomum. Países da região do Oceano Pacífico são os que mais sofrem abalos.
(G1) Uma animação divulgada pelo Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico (PTWC, na sigla em inglês) mostra todos os terremotos registrados ao redor do planeta desde 1° de janeiro até 30 de abril deste ano.
O vídeo, elaborado com dados do Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) e da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA, na sigla em inglês), contém uma grande quantidade de tremores. Os círculos, de diferentes tamanhos, indicam a magnitude dos fenômenos, enquanto as cores apontam a profundidade marinha em que eles ocorreram.
Segundo o USGS, abalos sísmicos acontecem todos os dias, em uma média de 11 por hora. Os terremotos de magnitude moderada são menos comuns: um a dois por mês. No entanto, em abril, ocorreram 13 tremores de magnitude igual ou superior a 6,5, algo considerado incomum, segundo o centro de alerta de tsunamis.
No dia 1° de abril, um abalo de magnitude 8,2 sacudiu o Chile, matando pelo menos seis pessoas e deixou feridos graves. Dois dias depois, outro potente terremoto, desta vez de magnitude 7,8, voltou a assustar parte do país. Também foram registrados fenômenos considerados fortes na Nicarágua, no México, no Canadá e no sul do Oceano Atlântico.
De acordo com o PTWC, foram emitidos cinco alertas de tsunami no último mês: dois no norte do Chile (em 1° de abril e 3 de abril) e três nas Ilhas Salomão (dias 12, 13 e 19 de abril).
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Segundo o USGS, abalos sísmicos acontecem todos os dias, em uma média de 11 por hora. Os terremotos de magnitude moderada são menos comuns: um a dois por mês. No entanto, em abril, ocorreram 13 tremores de magnitude igual ou superior a 6,5, algo considerado incomum, segundo o centro de alerta de tsunamis.
No dia 1° de abril, um abalo de magnitude 8,2 sacudiu o Chile, matando pelo menos seis pessoas e deixou feridos graves. Dois dias depois, outro potente terremoto, desta vez de magnitude 7,8, voltou a assustar parte do país. Também foram registrados fenômenos considerados fortes na Nicarágua, no México, no Canadá e no sul do Oceano Atlântico.
De acordo com o PTWC, foram emitidos cinco alertas de tsunami no último mês: dois no norte do Chile (em 1° de abril e 3 de abril) e três nas Ilhas Salomão (dias 12, 13 e 19 de abril).
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Emissão de CO2 em abril foi a maior nos últimos 800 mil anos
(Voz da Rússia) Emissão de CO2 em abril foi a maior nos últimos 800 mil anos, igual, só na época dos vulcões. E assim, pela primeira vez na história humana, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera permaneceu acima de 400 partes por milhão durante um mês inteiro.
Embora o clima possua variáveis naturais que flutuam subindo e descendo com o passar do tempo, dando a ele um ritmo cíclico, estamos atualmente em uma situação completamente “fora da curva”.
A concentração de CO2 – ou gases de efeito estufa – na atmosfera ficou ao longo de abril acima das 400 ppm, algo que estudos apontam não acontecer há pelo menos 800 mil anos.
E panorama semelhante, possivelmente, só encontra paralelo há vários milhões de anos, quando o planeta era muito diferente do que é hoje, com uma intensa atividade vulcânica, por exemplo.
A constatação foi anunciada pelo Instituto Scripps de Oceanografia, da Universidade de San Diego, que monitora a estação de Mauna Loa, no Havaí. Segundo as medições, a concentração média de CO2 em abril foi de 401,33 ppm.
Foi também o Scripps a primeira entidade a registrar que a concentração de CO2 havia ultrapassado a escandalosa marca das 400 ppm em um dia. Isso aconteceu em nove de maio de 2013.
Pesquisadores relacionam a maior concentração de CO2 na atmosfera com a elevação das temperaturas médias no planeta, algo que também já é mensurado.
Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o planeta aqueceu cerca de 0,8ºC desde a Revolução Industrial, e, se nada for feito, até o fim do século a elevação será de 3ºC.
Ainda de acordo com o IPCC, um planeta mais quente significa que mais energia estará sendo movimentada pelo sistema climático, o que resulta no aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, como secas, enchentes, ondas de calor e tempestades.
A ultrapassagem dessa marca é uma lembrança significante do quão rápido – e do quão extenso – está sendo o aumento da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera.
No começo da industrialização, a concentração de CO2 era de apenas 280 ppm. Espera-se que essa marca ajude a trazer uma maior conscientização sobre a realidade científica das mudanças climáticas.
Os números de abril mostram que não estamos levando as mudanças climáticas a sério. E o ponto central, e mais difícil, é reduzir a queima de combustíveis fósseis.
Uma coisa é certa: se mantivermos o mesmo curso atual, teremos um planeta bastante diferente num futuro não muito distante. E isso representa riscos incalculáveis.
Terremoto abala ionosfera
Conhecimento cada vez maior dessa camada da atmosfera abre caminho para criação de novas tecnologias. Merece destaque a que permite captar sinais indicativos de abalos sísmicos, como mostra Carlos Alberto dos Santos em sua coluna de maio.
(Ciência Hoje) A coluna deste mês foi motivada por um texto publicado na Ciência Hoje sobre o projeto HAARP (sigla em inglês para Programa de Pesquisa da Aurora Ativada por Alta Frequência). Em alguns meios de comunicação circula a informação de que se trata de protótipo para um sistema de armas similar ao Guerra nas Estrelas, programa militar da era Reagan (Ronald Reagan governou os Estados Unidos de 20/01/1981 a 20/01/1989). Buscas em bases de dados confiáveis indicam que essas notícias são uma mistura de inconsistentes teorias conspiratórias com pseudociência, na linha daquilo que Marcelo Knobel e Vera Rita da Costa tão bem retrataram.
Em setembro de 2012, escrevi aqui na coluna sobre os efeitos benéficos e danosos da ionosfera na transmissão de ondas de rádio. Na busca que fiz para avaliar o projeto HAARP, que tem a ver com esses efeitos, descobri trabalhos instigantes sobre os efeitos de terremotos em algumas propriedades da ionosfera.
A questão foi levantada pela primeira vez em 1969, mas só a partir dos anos 1990, com os notáveis desenvolvimentos tecnológicos resultantes do projeto HAARP e congêneres, essa área do conhecimento experimentou significativo salto na quantidade de artigos publicados. Vejamos o que se sabe sobre o assunto.
(Ciência Hoje) A coluna deste mês foi motivada por um texto publicado na Ciência Hoje sobre o projeto HAARP (sigla em inglês para Programa de Pesquisa da Aurora Ativada por Alta Frequência). Em alguns meios de comunicação circula a informação de que se trata de protótipo para um sistema de armas similar ao Guerra nas Estrelas, programa militar da era Reagan (Ronald Reagan governou os Estados Unidos de 20/01/1981 a 20/01/1989). Buscas em bases de dados confiáveis indicam que essas notícias são uma mistura de inconsistentes teorias conspiratórias com pseudociência, na linha daquilo que Marcelo Knobel e Vera Rita da Costa tão bem retrataram.
Em setembro de 2012, escrevi aqui na coluna sobre os efeitos benéficos e danosos da ionosfera na transmissão de ondas de rádio. Na busca que fiz para avaliar o projeto HAARP, que tem a ver com esses efeitos, descobri trabalhos instigantes sobre os efeitos de terremotos em algumas propriedades da ionosfera.
A questão foi levantada pela primeira vez em 1969, mas só a partir dos anos 1990, com os notáveis desenvolvimentos tecnológicos resultantes do projeto HAARP e congêneres, essa área do conhecimento experimentou significativo salto na quantidade de artigos publicados. Vejamos o que se sabe sobre o assunto.
quarta-feira, 7 de maio de 2014
Novo satélite irá estudar sprites, jatos e elves
(Voz da Rússia) O novo satélite Relek, integrado no complexo MKA-FKI, irá chegar em breve à base espacial russa de Baikonur, de onde será lançado em breve, noticiam fontes oficiais.
O novo satélite deverá executar missões visando o estudo de electrões relativos a cinturões de Van Allen, bem como de cargas eléctricas e outros fenômenos atmosféricos (sprites, jatos, elves). O lançamento está agendado para 19 de junho.
O aparelho espacial foi projectado pelo Centro Científico Lavotchkin, tendo uma enorme importância prática. É que os electrões espaciais costumam danificar as sondas cósmicas e, por essa razão, o seu estudo permitirá evitá-lo.
Ilha com chão de estrelas: Conheça incríveis espetáculos da natureza pelo mundo
Aurora boreal enche de cores Hemisfério Norte e fitoplânctons bioluminescentes criam espetáculo em areia nas Maldivas
(iG) Sinônimo de paraíso na Terra, a Ilha Vaadhoo, nas Maldivas, é conhecida por suas águas cristalinas e vida marinha abundante. O maior de seus encantos, porém, só é revelado à noite, sob efeito de bioluminescência.
O fitoplâncton, espécie de micro-organismo aquático, é bioluminescente e emite a cor azul nas areias e na praia. O fenômeno é semelhante ao do vagalume. À primeira vista, o efeito que a luz promove é semelhante ao de um céu repleto de estrelas. Confira este e outros espetáculos naturais:
(iG) Sinônimo de paraíso na Terra, a Ilha Vaadhoo, nas Maldivas, é conhecida por suas águas cristalinas e vida marinha abundante. O maior de seus encantos, porém, só é revelado à noite, sob efeito de bioluminescência.
O fitoplâncton, espécie de micro-organismo aquático, é bioluminescente e emite a cor azul nas areias e na praia. O fenômeno é semelhante ao do vagalume. À primeira vista, o efeito que a luz promove é semelhante ao de um céu repleto de estrelas. Confira este e outros espetáculos naturais:
terça-feira, 6 de maio de 2014
Brasil lança plano de ação científico para a Antártida
Foco das pesquisas será nas ligações climáticas, físicas e biológicas entre o continente gelado e a América do Sul
(Estadão) O Brasil apresentou ontem, em um encontro internacional, o documento que deverá orientar a evolução da ciência nacional na Antártida pelos próximos oito anos. O Plano de Ação Ciência Antártica para o Brasil 2013-2022 propõe que as atividades de pesquisa do País no continente gelado sejam organizadas em cinco grandes projetos temáticos, com uma atenção especial para suas relações climáticas, físicas e biológicas com a América do Sul.
"Queremos explorar cada vez mais essas conexões", disse ao Estado o pesquisador Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, relator do grupo de trabalho responsável pela elaboração do documento. Os cientistas querem entender, por exemplo, como a massa de gelo da Antártida influencia o clima no Brasil, os padrões de circulação do Oceano Austral e a conectividade - presente e passada - entre a fauna e a flora dos dois continentes.
"É a primeira vez que temos uma política científica de fato para o Programa Antártico Brasileiro, com eixos de pesquisa bem estabelecidos", avalia Simões. Com isso, diz ele, espera-se aumentar ainda mais a produtividade e a qualidade da ciência nacional relacionada ao continente. "Queremos um programa científico de altíssima qualidade, que reforce a representação do Brasil nos fóruns internacionais de pesquisa antártica."
O plano foi apresentado ontem pelo secretário de Políticas e Programas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, na 37.ª Reunião Consultiva do Tratado da Antártica, em Brasília.
A ciência brasileira vive um bom momento na Antártida, apesar do incêndio que destruiu a Estação Comandante Ferraz, em 2012. As pesquisas foram 100% retomadas, com o apoio de instalações provisórias em terra e dois navios da Marinha. Uma licitação internacional para a construção da nova base deve ser lançada neste mês.
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(Estadão) O Brasil apresentou ontem, em um encontro internacional, o documento que deverá orientar a evolução da ciência nacional na Antártida pelos próximos oito anos. O Plano de Ação Ciência Antártica para o Brasil 2013-2022 propõe que as atividades de pesquisa do País no continente gelado sejam organizadas em cinco grandes projetos temáticos, com uma atenção especial para suas relações climáticas, físicas e biológicas com a América do Sul.
"Queremos explorar cada vez mais essas conexões", disse ao Estado o pesquisador Jefferson Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, relator do grupo de trabalho responsável pela elaboração do documento. Os cientistas querem entender, por exemplo, como a massa de gelo da Antártida influencia o clima no Brasil, os padrões de circulação do Oceano Austral e a conectividade - presente e passada - entre a fauna e a flora dos dois continentes.
"É a primeira vez que temos uma política científica de fato para o Programa Antártico Brasileiro, com eixos de pesquisa bem estabelecidos", avalia Simões. Com isso, diz ele, espera-se aumentar ainda mais a produtividade e a qualidade da ciência nacional relacionada ao continente. "Queremos um programa científico de altíssima qualidade, que reforce a representação do Brasil nos fóruns internacionais de pesquisa antártica."
O plano foi apresentado ontem pelo secretário de Políticas e Programas do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Carlos Nobre, na 37.ª Reunião Consultiva do Tratado da Antártica, em Brasília.
A ciência brasileira vive um bom momento na Antártida, apesar do incêndio que destruiu a Estação Comandante Ferraz, em 2012. As pesquisas foram 100% retomadas, com o apoio de instalações provisórias em terra e dois navios da Marinha. Uma licitação internacional para a construção da nova base deve ser lançada neste mês.
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Mudança climática deve levar ao surgimento de climas inéditos, aponta estudo
(Efe/Terra) Embora o degelo e a redução das calotas polares sejam a face mais conhecida da mudança climática, o aquecimento global terá consequências muito graves também em outras regiões, especialmente nos trópicos, onde as variações de temperatura e a umidade darão lugar a climas inéditos até agora.
Prever ou antecipar como as espécies vão reagir a essas mudanças do clima é uma incógnita para a ciência e um desafio para a conservação da biodiversidade, mas quanto mais entendermos as implicações da mudança climática, melhores serão as estratégias de conservação.
Essa é a principal conclusão de um estudo liderado pelo pesquisador do Museu Nacional de Ciências Naturais da Espanha para o Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e professor de Biogeografia Integrativa do Imperial College de Londres, Miguel Araújo, e que foi publicado no último número da revista "Science".
O estudo, no qual também colaboraram as universidades de Copenhague, Évora e Helsinque, toma como base 15 modelos climáticos (projeções de como será o clima no futuro) elaborados pelo IPCC, o grupo de analistas criado pela ONU para investigar a mudança climática.
Partindo das variáveis desses modelos (temperatura, vento, precipitação média anual, etc), os pesquisadores geraram métricas e medições de mudança climática e as relacionaram com seus impactos na biodiversidade, o que não havia sido feito até agora.
"Por exemplo: se o Saara se deslocasse 300 quilômetros para o Norte, a biodiversidade adaptada ao deserto teria que se mover uma distância equivalente; se houvesse um degelo de 50% na calota polar, isso geraria uma redução de 50% do habitat de muitas espécies, etc", explicou Araújo à Agência Efe.
Comparações como essas permitiram evidenciar que, em função do lugar do planeta em que se encontram, as espécies experimentarão as mudanças de uma forma ou de outra.
Em algumas regiões, a mudança climática poderá gerar a aparição de climas diferentes e mais extremos do que os que há agora, ou inclusive poderá fazer com que surjam climas inéditos até agora.
"Os trópicos são onde há maior probabilidade de aparecerem climas que atualmente não têm nenhum análogo, o que não significa que não tenham existido em um passado remoto", assegura o investigador.
Qualquer uma dessas mudanças gerará uma série de alterações para a biodiversidade que são, atualmente, impossíveis de prever, mas que obrigam a tomar medidas e a se antecipar de alguma maneira, pelo menos para diminuir estas mudanças.
Por isso, embora seja "necessário" continuar com as medidas tradicionais de redução da mudança climática baseadas na redução da emissão de gases do efeito estufa à atmosfera, apenas isso "não vai resolver o problema", sustenta o pesquisador.
De fato, a força da mudança climática é tamanha que "mesmo que parássemos as emissões de CO2 hoje, algumas consequências já não poderiam ser evitadas", reconhece Miguel.
Por isso, conclui o estudo, embora as medidas globais de combate continuem sendo essenciais, é primordial tentar reduzir os impactos climáticos na biodiversidade de maneira local e "fazer coisas diferentes em cada lugar".
Prever ou antecipar como as espécies vão reagir a essas mudanças do clima é uma incógnita para a ciência e um desafio para a conservação da biodiversidade, mas quanto mais entendermos as implicações da mudança climática, melhores serão as estratégias de conservação.
Essa é a principal conclusão de um estudo liderado pelo pesquisador do Museu Nacional de Ciências Naturais da Espanha para o Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) e professor de Biogeografia Integrativa do Imperial College de Londres, Miguel Araújo, e que foi publicado no último número da revista "Science".
O estudo, no qual também colaboraram as universidades de Copenhague, Évora e Helsinque, toma como base 15 modelos climáticos (projeções de como será o clima no futuro) elaborados pelo IPCC, o grupo de analistas criado pela ONU para investigar a mudança climática.
Partindo das variáveis desses modelos (temperatura, vento, precipitação média anual, etc), os pesquisadores geraram métricas e medições de mudança climática e as relacionaram com seus impactos na biodiversidade, o que não havia sido feito até agora.
"Por exemplo: se o Saara se deslocasse 300 quilômetros para o Norte, a biodiversidade adaptada ao deserto teria que se mover uma distância equivalente; se houvesse um degelo de 50% na calota polar, isso geraria uma redução de 50% do habitat de muitas espécies, etc", explicou Araújo à Agência Efe.
Comparações como essas permitiram evidenciar que, em função do lugar do planeta em que se encontram, as espécies experimentarão as mudanças de uma forma ou de outra.
Em algumas regiões, a mudança climática poderá gerar a aparição de climas diferentes e mais extremos do que os que há agora, ou inclusive poderá fazer com que surjam climas inéditos até agora.
"Os trópicos são onde há maior probabilidade de aparecerem climas que atualmente não têm nenhum análogo, o que não significa que não tenham existido em um passado remoto", assegura o investigador.
Qualquer uma dessas mudanças gerará uma série de alterações para a biodiversidade que são, atualmente, impossíveis de prever, mas que obrigam a tomar medidas e a se antecipar de alguma maneira, pelo menos para diminuir estas mudanças.
Por isso, embora seja "necessário" continuar com as medidas tradicionais de redução da mudança climática baseadas na redução da emissão de gases do efeito estufa à atmosfera, apenas isso "não vai resolver o problema", sustenta o pesquisador.
De fato, a força da mudança climática é tamanha que "mesmo que parássemos as emissões de CO2 hoje, algumas consequências já não poderiam ser evitadas", reconhece Miguel.
Por isso, conclui o estudo, embora as medidas globais de combate continuem sendo essenciais, é primordial tentar reduzir os impactos climáticos na biodiversidade de maneira local e "fazer coisas diferentes em cada lugar".
segunda-feira, 5 de maio de 2014
Antropoceno, o tempo geológico do homem, pode nascer
A humanidade se transformou em uma força da natureza tão grande que pode até ter uma época geológica própria: o Antropoceno
(Efe/Exame) A Humanidade se transformou em uma força da natureza tão grande que pode até ter uma época geológica própria: o Antropoceno.
Os cientistas debatem quando começou este novo tempo e apontam para meados do século XX, com o nascimento da era atômica.
Ainda vivemos no Holoceno, que começou há 12 mil anos após as últimas glaciações, e cujo clima temperado permitiu aos humanos evoluir e deixar uma marca muito profunda no planeta.
Tão profunda que causou a extinções e alterou ciclos naturais e agora se estuda a designação do Antropoceno como escala geológica.
Uma equipe internacional trabalha desde 2009 sobre esse novo conceito e prepara um relatório que será debatido em 2016 em uma reunião da União Internacional de Ciências Geológicas, órgão competente para decidir as idades da Terra.
Khan Zalasiewicz, um paleobiólogo da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que dirige o estudo, afirma que o documento irá sugerir que o início da era atômica, em meados de século XX, poderia ser a data de início do Antropoceno.
Sua equipe procura evidências do impacto global da Humanidade que possam medir de forma objetiva nos sedimentos, e certos isótopos radioativos libertados pelo homem, sejam testes nucleares ou acidentes como o da central japonesa de Fukushima, como um desses "marcadores".
"O início da era nuclear é um marco, mas isso não significa que os sinais nucleares sejam mais importantes que outros, mas é por uma razão pragmática, porque podem ser reconhecidos e seguir", explica à Agncia Efe em Viena durante a reunião anual da União Europeia de Geociências, que termina amanhã.
Outros especialistas propuseram que o Antropoceno começou com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, ou até muito antes, com a aparição da agricultura há 10 mil anos.
O problema é que ambas as datas não constituem fenômenos com impacto global nos sedimentos terrestres.
A proliferação de espécies invasoras, a aparição de grandes megalópoles pela explosão demográfica, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e a acidificação dos oceanos são aspectos da "Grande Aceleração.
Zalasiewicz assinala que se em um "futuro distante" um geólogo estudasse a pegada da Humanidade do último século sobre o planeta acharia "tão repentina e profunda quanto o impacto de um asteróide".
Especialmente preocupante é a acidificação dos oceanos pelo CO2, que prejudica de muitas formas a vida marinha, mas, sobretudo, afeta o desenvolvimento de corais, moluscos e certas formas de fitoplâncton, fundamentais na cadeia trófica.
Zalasiewicz destaca que as cinco extinções maciças, a última há 65 milhões de anos, que acabou com os dinossauros do planeta, estiveram vinculadas à incapacidade dos corais de criar recifes, algo que, se seguir a tendência atual, pode acontecer em "um futuro geológico próximo".
Para Tony Brown, um paleontólogo e geógrafo físico da Universidade de Southampton, Reino Unido, que também trabalha em outra comissão científica para definir e delimitar o conceito de Antropoceno, vivemos em uma época diferente do Holoceno porque a Humanidade se transformou na maior força de transformação do planeta.
"Os humanos movimentam mais sedimentos no planeta do que os processos naturais, como os rios, por isso, não podemos deixar de estudar os humanos como principal agente de transformação", declarou à imprensa durante a reunião científica em Viena.
John Burrows, um químico atmosférico da Universidade de Bremen, Alemanha, destaca que, além disso, o debate acadêmico, a designação de nosso tempo como Antropoceno podem ajudar a nos conscientizarmos do enorme impacto das nossas ações.
Como exemplo, indicou que a agroindústria de adubos químicos transtornou no último século o ciclo do nitrogênio e é uma fonte de grande contaminação para os aqüíferos e os rios.
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(Efe/Exame) A Humanidade se transformou em uma força da natureza tão grande que pode até ter uma época geológica própria: o Antropoceno.
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Ainda vivemos no Holoceno, que começou há 12 mil anos após as últimas glaciações, e cujo clima temperado permitiu aos humanos evoluir e deixar uma marca muito profunda no planeta.
Tão profunda que causou a extinções e alterou ciclos naturais e agora se estuda a designação do Antropoceno como escala geológica.
Uma equipe internacional trabalha desde 2009 sobre esse novo conceito e prepara um relatório que será debatido em 2016 em uma reunião da União Internacional de Ciências Geológicas, órgão competente para decidir as idades da Terra.
Khan Zalasiewicz, um paleobiólogo da Universidade de Leicester, no Reino Unido, que dirige o estudo, afirma que o documento irá sugerir que o início da era atômica, em meados de século XX, poderia ser a data de início do Antropoceno.
Sua equipe procura evidências do impacto global da Humanidade que possam medir de forma objetiva nos sedimentos, e certos isótopos radioativos libertados pelo homem, sejam testes nucleares ou acidentes como o da central japonesa de Fukushima, como um desses "marcadores".
"O início da era nuclear é um marco, mas isso não significa que os sinais nucleares sejam mais importantes que outros, mas é por uma razão pragmática, porque podem ser reconhecidos e seguir", explica à Agncia Efe em Viena durante a reunião anual da União Europeia de Geociências, que termina amanhã.
Outros especialistas propuseram que o Antropoceno começou com a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra no final do século XVIII, ou até muito antes, com a aparição da agricultura há 10 mil anos.
O problema é que ambas as datas não constituem fenômenos com impacto global nos sedimentos terrestres.
A proliferação de espécies invasoras, a aparição de grandes megalópoles pela explosão demográfica, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera e a acidificação dos oceanos são aspectos da "Grande Aceleração.
Zalasiewicz assinala que se em um "futuro distante" um geólogo estudasse a pegada da Humanidade do último século sobre o planeta acharia "tão repentina e profunda quanto o impacto de um asteróide".
Especialmente preocupante é a acidificação dos oceanos pelo CO2, que prejudica de muitas formas a vida marinha, mas, sobretudo, afeta o desenvolvimento de corais, moluscos e certas formas de fitoplâncton, fundamentais na cadeia trófica.
Zalasiewicz destaca que as cinco extinções maciças, a última há 65 milhões de anos, que acabou com os dinossauros do planeta, estiveram vinculadas à incapacidade dos corais de criar recifes, algo que, se seguir a tendência atual, pode acontecer em "um futuro geológico próximo".
Para Tony Brown, um paleontólogo e geógrafo físico da Universidade de Southampton, Reino Unido, que também trabalha em outra comissão científica para definir e delimitar o conceito de Antropoceno, vivemos em uma época diferente do Holoceno porque a Humanidade se transformou na maior força de transformação do planeta.
"Os humanos movimentam mais sedimentos no planeta do que os processos naturais, como os rios, por isso, não podemos deixar de estudar os humanos como principal agente de transformação", declarou à imprensa durante a reunião científica em Viena.
John Burrows, um químico atmosférico da Universidade de Bremen, Alemanha, destaca que, além disso, o debate acadêmico, a designação de nosso tempo como Antropoceno podem ajudar a nos conscientizarmos do enorme impacto das nossas ações.
Como exemplo, indicou que a agroindústria de adubos químicos transtornou no último século o ciclo do nitrogênio e é uma fonte de grande contaminação para os aqüíferos e os rios.
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