quinta-feira, 29 de abril de 2010

Açores recebe duas estações geodésicas

Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais terá quatro unidades

Estações serão para estudos de astronomia, geodesia e geofísica

(Ciência Hoje - Portugal) O arquipélago dos Açores vai receber duas das quatro unidades da futura Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais (RAEGE), hoje apresentada em Vila do Porto, Santa Maria, num investimento de 25 milhões de euros.

As duas estações dos Açores ficarão instaladas nas ilhas de Santa Maria e das Flores, sendo as duas restantes construídas em Yebes, Guadalajara, e nas Canárias, em Espanha. Estas quatro estações geodésicas, nos termos do Memorando de Entendimento hoje assinado entre o Governo Regional dos Açores e o Instituto Geográfico Nacional de Espanha, destinam-se à realização de estudos de astronomia, geodesia e geofísica.

Cada estação tem um custo estimado de cinco milhões de euros, dos quais três milhões se destinam ao radiotelescópio geodésico para interferometria de base muito longa (VLBI), que terá uma antena com 12 metros de diâmetro. O calendário definido no protocolo prevê que a estação de Yebes comece a ser construída este ano e esteja concluída em 2011, ano em que terá início a construção da estação de Santa Maria, com conclusão prevista para 2012.

Nesse ano, deve arrancar a construção da estação das Canárias, que estará concluída no ano seguinte. A última estação a ser construída é a das Flores, que estará pronta em 2014, altura em que a rede fica concluída. Cada estação terá um edifício central de controlo, outro onde será instalado o gravímetro e um terceiro para a torre de suporte do radiotelescópio, todos interligados por estradas e cabos eléctricos e de transmissão de dados.

O protocolo prevê ainda dois centros de base, sendo um em Yebes, para assegurar a manutenção e funcionamento das duas estações espanholas, e outro em S. Miguel, que acompanhará as estações dos Açores e estará concluído em 2012.

Comité e investimento
O investimento global da RAEGE ascende a 25 milhões de euros, dos quais 20 milhões a cargo do Instituto Geográfico Nacional de Espanha, com um máximo de cinco milhões anuais. Os restantes cinco milhões serão disponibilizados pelo governo açoriano, com um máximo de 1,25 milhões anuais.

A Rede Atlântica de Estações Geodinâmicas e Espaciais será gerida por um comité executivo de seis elementos, sendo três nomeados por cada parte, cujo presidente e vice-presidente serão eleitos por períodos de três anos. Este comité executivo nomeará ainda responsáveis da RAEGE para mandatos de cinco anos. Os órgãos de gestão da RAEGE incluem ainda um comité assessor científico-técnico, com três membros nomeados pelo executivo açoriano, três pelo instituto espanhol e três em conjunto pelas duas partes.

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