quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Satélite apelidado de 'Ferrari espacial' cria mapa de correntes oceânicas

Varredura realizada pelo equipamento é a melhor já feita, dizem cientistas. Dados ajudam a entender impacto do aquecimento global nos mares.


(France Prese/G1) Um satélite apelidado de "Ferrari do espaço" produziu o modelo mais preciso de circulação oceânica já elaborado, impulsionando a compreensão a respeito dos mares e sobre um efeito-chave do aquecimento global, afirmaram cientistas nesta terça-feira (25).

Dados enviados pelo Explorador do Campo Gravitacional e da Circulação Oceânica (GOCE) apontam "variações na gravidade da Terra com uma precisão incomparável", informou a Agência Espacial Europeia. Isto abriu o caminho para o mais preciso modelo de correntes oceânicas feito até agora.

Marie-Helene Rio, do Instituto de Ciências Atmosféricas e Climáticas da Itália, informou que os dados "darão uma nova compreensão altamente valiosa" sobre os oceanos.

As informações do GOCE ajudaram a criar o mais preciso "geoide", ou reconstrução da Terra segundo formada pela gravidade. Em termos práticos, o trabalho cria uma média hipotética do nível do mar, um marco crucial para medir a elevação dos oceanos, provocada pelo aquecimento global.

Perda de gelo já é medida
Em setembro, cientistas holandeses revelaram ter conseguido medir a perda de gelo no oeste da Antártica com uma precisão sem precedentes, graças a pequenas variações na gravidade antártica registrada pelo GOCE entre novembro de 2009 e junho de 2012.

Posto em órbita em 2009, o GOCE se desintegrou durante a reentrada na atmosfera terrestre em novembro do ano passado, após ficar sem combustível. Ele orbitou a Terra a uma altitude de 260 km, e depois baixou para 224 km, a menor para um satélite de pesquisas.

Sua combinação de design elegante e estabilizadores, projetada para garantir estabilidade na atmosfera, lhe rendeu o apelido de "Ferrari do espaço". A missão, de US$ 430 milhões, durou duas vezes mais que os 20 meses inicialmente previstos.

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