segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quando o assunto é clima, árvore velha e grande é melhor

Novo estudo destaca os benefícios climáticos das árvores mais antigas e maiores no sequestro de carbono da atmosfera


(Exame) Uma nova pesquisa publicada na revista Nature manda para escanteio uma suposição comum no meio científico de que as árvores se tornam improdutivas à medida que envelhecem. Pelo contrário. Quando o assunto é clima, quanto mais velho e maior o exemplar, melhor para o planeta.

Ao contrário dos humanos, as árvores não abrandam sua taxa de crescimento com o passar do tempo, diz o estudo. Em vez disso, seu crescimento continua acelerando, mesmo em idade avançada.

Este aumento contínuo, de acordo com a pesquisa, também significa que árvores de grande porte e mais velhas são expert na absorção de dióxico de carbono (CO2) da atmosfera.

Por tabela, ao absorver ou "sequestrar" o gás efeito estufa, a árvore anciã reduz a concentração de CO2 na atmosfera. Esse processo ajuda a contrabalançar as emissões provocadas pelas atividades humanas, responsáveis pelo aquecimento do planeta.

"Em termos humanos, é como se o nosso crescimento continuasse acelerando após a adolescência, em vez de diminuir a velocidade", exemplifica o principal autor do estudo Nate Stephenson.

"Por essa medida, os seres humanos poderiam pesar meia tonelada na meia-idade, e mais de uma tonelada na aposentadoria", acrescenta.

Metodologia
A equipe internacional de pesquisadores compilou medidas de crescimento de 673.046 árvores pertencentes a 403 espécies de regiões tropicais, subtropicais e temperadas, em seis continentes.

Os resultados mostraram que, para a maioria das espécies de árvores, houve aumento da taxa de crescimento de forma proporcional ao tamanho da árvore - em alguns casos, grandes árvores parecem estar adicionando a massa equivalente de carbono de toda uma árvore menor a cada ano.

No entanto, os pesquisadores têm o cuidado de observar que a taxa de absorção rápida de árvores individuais não se traduz, necessariamente, em um aumento líquido de armazenamento de carbono para uma floresta inteira.

"Árvores antigas, afinal, podem morrer e perder carbono para a atmosfera ao se decompor", pondera Adrian Das, um co-autor do estudo.

"Mas nossos resultados sugerem que, enquanto elas estão vivas, desempenham um papel desproporcionalmente importante dentro da dinâmica de carbono de uma floresta. É como se os jogadores estrelas no seu time favorito fossem um bando de jovens de 90 anos", completa.

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