quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Estação do Brasil na Antártica volta a ter acesso à internet e telefone

Equipamentos destruídos no incêndio de 2012 paralisaram operação. Operadora Oi atende estação desde 2006; Marinha não pagou pelo serviço.



(G1) Um ano após o incêndio que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz, que destruiu a infraestrutura de telefonia e internet instalada no local, a Oi inaugurou nesta quarta-feira (20) o novo serviço de telecomunicações no continente gelado.

Uma teleconferência realizada entre o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo e o comandante da Marinha, almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, que estava na Antártica, marcou a retomada do serviço.

A empresa já operava na estação mantida pelo Brasil desde 2006, mas desde o incidente, em fevereiro do ano passado, o serviço ficou desligado. Até então, militares e poucos pesquisadores que retornaram ao local acessavam a internet ou falavam ao telefone com a ajuda de uma antena via satélite, que era desmontada todos os dias para que não sofresse danos devido aos ventos na região.

“A Marinha está voltando aos poucos", disse o comandante Moura Neto. "Já estamos finalizando a montagem dos módulos de emergência que vão manter no inverno 15 homens que ficarão lá até o ano que vem, para a chegada dos pesquisadores", complementou.

Segundo ele, os equipamentos vão permitir que as pessoas se comuniquem por celular, por internet e tenham canais de TV por assinatura. Com isso, vão se manter atualizados e próximos às suas famílias. O almirante ressaltou ainda que, mesmo com o incêndio, as pesquisas não foram interrompidas. “Temos 200 pesquisadores continuando seus projetos, mesmo com o incidente”, disse.

Pedro Ripper, diretor de Inovação e Novos Negócios da Oi, disse que a Marinha não teve que pagar o empreendimento de telecomunicações na base da Antártica, ônus que ficou por conta da companhia -- que não divulgou valores. “O custo foi menor do que a gratidão por trabalhar nesse projeto”, disse.

Desoneração
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse que a tarifa para quem liga para a base é local, como se a ligação fosse feita para o Rio de Janeiro.

Ainda no evento, ele comentou sobre o projeto de desoneração de investimentos em banda larga. O ministro acredita que em cinco anos o valor da renúncia fiscal para as empresas de telecomunicações que participarem do programa possa chegar a R$ 6 bilhões em cinco anos.

“A renúncia fiscal é estimada, as empresas precisam fazer seus investimentos. Autorizados os projetos, as empresas não pagam imposto”, disse. Ele acredita que a antecipação dos investimentos será de R$ 15 bilhões a R$ 18 bilhões.

Retomada de projetos
Quase um ano após o incêndio que atingiu a Estação Antártica Comandante Ferraz, o ritmo das atividades científicas no continente gelado deve voltar ao normal em 2014.

A Marinha do Brasil instalou uma operação para limpar os destroços deixados pelo incêndio na Estação Antártica Comandante Ferraz, em fevereiro do ano passado, e colocar no local módulos emergenciais.

Duzentos homens, sendo cem em terra, trabalham diariamente no processo de desmontagem da antiga estação e construção do Módulo Antártico Emergencial (MAE). O conjunto de contêineres abrigará pesquisadores e militares por um período mínimo de cinco anos, até que saia do papel o projeto do novo complexo brasileiro no continente. A estrutura de alta tecnologia tem um custo estimado de R$ 100 milhões.

Um concurso aberto no mês passado vai analisar projetos arquitetônicos para a reconstrução da estação. Também será feita uma concorrência internacional para selecionar a empresa responsável pela obra.
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