quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Empresário tenta controlar o clima com cem toneladas de sulfato de ferro

Imagens de satélite mostram florescimento de dez mil quilómetros quadrados



(Ciência Hoje - Portugal) Um polémico empresário norte-americano, Russ George, preocupado com o aquecimento global, afirmou há ter vertido cem toneladas de sulfato de ferro no Oceano Pacífico, ao longo da costa canadiana, para favorecer a emergência de fitoplâncton (conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade fotossintética) e capturar dióxido de carbono (CO2).

Agora, imagens de satélites recolhidas pela Nasa parecem confirmar um florescimento artificial de fitoplâncton de cerca de dez mil quilómetros quadrados. No entanto, a prática é mundialmente proibida e viola as regras das Nações Unidas, apesar de serem permitidos estudos de investigação na área.

Vários estudos apontam que o sulfato de ferro estimula o florescimento de fitoplâncton que, por sua vez, poderá "capturar" CO2 no fundo do mar. A técnica é conhecida como geo-engenharia de fertilização do oceano e o norte-americano acredita que poderá render créditos de carbono lucrativos, mas também que poderá restaurar populações de salmão.

Segundo o diário britânico «The Guardian», advogados, ambientalistas e grupos da sociedade civil chamam a esta experiência uma “violação flagrante”. O acto já indignou os participantes da cimeira das Nações Unidas para o Ambiente, que decorre esta semana, na Índia.

Os cientistas estão a debater se a fertilização com sulfato ferro pode capturar o CO2 no oceano profundo a longo prazo e, por outro lado, prejudicando irremediavelmente os ecossistemas oceânicos, produzindo a toxicidade das marés e piorar a acidificação dos oceanos e o aquecimento global ou se esta ideia “maluca” poderá realmente resultar.

Já um estudo publicado pela revista Atmospheric Chemistry and Physics Discussions revelava que a libertação de pequenas partículas na atmosfera para reflectir a luz do Sol para ao espaço ou a instalação de objectos em órbita, para bloquear a radiação solar, seriam capazes de reverter o aquecimento global, o início da revolução industrial ainda neste século.
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