Projeção foi feita em megalópole dos Estados Unidos, mas efeito deve se repetir em outras conurbações, diz pesquisador
(Veja) Um estudo publicado no periódico Nature Climate Change aponta o impacto do clima local pode ser tão importante quanto as preocupações envolvendo o aquecimento global. Percebeu que, com o avanço populacional, a urbe deve se expandir e ocupar áreas verdes ainda intactas.
Pesquisadores da Universidade do Estado do Arizona e do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas, nos Estados Unidos, simularam a crescimento na megalópole que mais cresce nos Estados Unidos, a Sun Corridor.
Localizada num clima semiárido, é composta por quatro grandes áreas metropolitanas situadas no estado do Arizona: Phoenix, Tucson, Prescott e Nogales. Com uma expectativa de atingir nove milhões de habitantes em três décadas, o desenvolvimento da área do Sun Corridor oferece a oportunidade de estudar a influência no clima da urbanização em larga escala, e a relação dessas mudanças com o aquecimento global.
O levantamento mostrou que os verões desta região podem ser até quatro graus Celsius mais quentes em 2050 do que atualmente.
"Pegamos essa megalópole como estudo de caso para saber como o crescimento populacional poderia afetar outras grandes áreas do mundo, como a Índia", disse Matei Georgescu, autor do estudo e professor assistente na Universidade do Estado do Arizona.
Com base em projeções de crescimento máximo e mínimo do Sun Corridor até 2050, os pesquisadores concluíram que haverá um aquecimento substancial dos verões daquela região – o mesmo poderá acontecer em outras áreas do globo.
"O pior cenário de expansão nos leva a um aumento de quatro graus Celsius na temperatura. No melhor dos cenários, com a expansão urbana do Sun Corridor em menores proporções, nossos estudos indicam aumento da temperatura em torno de dois graus Celsius", disse Georgescu.
O grupo fez as simulações numéricas modificando as taxas de crescimento e repetindo as situações por um período de quase meio século de prospecções. As taxas foram repetidas e analisadas inúmeras vezes para testar a força dos resultados.
Segundo ele, uma das principais contribuições do trabalho é comparar o aquecimento provocado diretamente pela expansão urbana e as alterações climáticas, sobre a mesma área geográfica. "Isso deve chamar a atenção para a necessidade de um planejamento urbano considerando os impactos em conjunto do desenvolvimento nas mudanças climáticas", disse.
Adaptações – Georgescu também simulou o impacto que medidas sustentáveis poderiam trazer no clima do Sun Corridor. Segundo o estudo, se todas as novas construções da megalópole fossem feitas com telhados que refletem a luz solar, o aumento da temperatura da região seria um grau Celsius menor.
CONHEÇA A PESQUISA
Título original: Summer-time climate impacts of projected megapolitan expansion in Arizona
Onde foi divulgada: revista Nature Climate Change
Quem fez: M. Georgescu, M. Moustaoui,A. Mahalov e J. Dudhia
Instituição: Universidade do Estado do Arizona e Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas, nos Estados Unidos
Dados de amostragem: projeção do crescimento da população e da expansão urbana até 2050 na área da Sun Corridor
Resultado: Elevação da temperatura em dois a quatro graus Celsius na região devido à ocupação do solo e aumento da emissão de gases poluentes

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