quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Missão Concordiasi: 19 balões já vigiam o clima

Objectos lançados sobre o Antárctico apetrechados de medidores e sondas

Balão pronto para ser largado com radio-sonda. (Créditos: DC4 - IPEV)


(Ciência Hoje - Portugal) Para aumentar a segurança e vigilância sobre o clima, a camada de ozono e optimizar a utilização de dados de satélites e modelos de previsão meteorológica, etc., uma campanha de investigação internacional – com o envolvimento da França, dos Estados Unidos, Itália e Austrália – foi agora lançada sobre o Antárctico e baptizada de Concordiasi.

A missão conta ainda com o contributo de vários parceiros, como agências e laboratórios de investigação para sondar a atmosfera. A Concordiasi usa especialmente balões estratosféricos transparentes com 12 metros de diâmetro, enchidos com hélio e capazes de ficarem a 20 quilómetros na superfície do Antárctico durante meses seguidos e transportando 50 quilos de aparelhos de medição.

Já foram lançados 19 há algumas semanas, e o último saiu da base norte-americana de McMurdo. Apenas dois deles foram repatriados, já que os investigadores tinham perdido o contacto com o material de medição. Os objectos são de grande precisão meteorológica, geralmente difícil de obter, já que pequenas lufadas de vento podem ser lançadas em minutos.

Os cientistas apoiam-se em dados norte-americanos e previsões da Météo-France, a partir de um modelo climatérico melhorado por o levantamento de dados ser efectuado em tempo real.

Balões apetrechados sobrevoam o Antárctico. (Crédito: CNES/P. Cocquerez).

Quatro balões dispõem de instrumentos que podem efectuar a cada 30 segundos, com menos de 80 graus centígrados, medições meteorológicas ou que digam respeito a substâncias responsáveis pela destruição da camada de ozono – podendo constatar a diminuição entre cinco e dez por cento destas substâncias. Outros treze já carregam pelo menos 50 sondas largáveis, com captores e equipados de pára-quedas. Cada sonda largada é telecomandada pela Météo-France, em Toulouse, e deve coincidir com a passagem do satélite europeu MetOp sob o Antárctico.

A campanha pensada e iniciada no contexto do Ano Polar Internacional, tem como objectivo comparar dados de satélites e fazer medições que possam alimentar a investigação internacional nesse campo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário