segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Missão de gravidade GOCE de novo operacional

ESA recuperou de falha no sistema de informação

GOCE em órbita (Imagem: ESA - AOES Medialab)

(Ciência Hoje - Portugal) A missão de gravidade da Agência Espacial Europeia (ESA), Estudo da Gravidade e da Circulação Oceânica (GOCE), já recuperou de uma falha no sistema de informação, que estava a impedir o satélite de enviar os dados científicos para terra. As notícias chegam antes do previsto, graças aos enormes esforços de uma equipa de peritos.

A recuperação segue-se a uma séria falha de comunicação ocorrida a 8 de Julho, quando o satélite da GOCE subitamente deixou de transmitir dados científicos para as estações receptoras.
Uma investigação apurada pelos peritos da ESA e da indústria revelou que a questão poderia estar relacionada com a ligação entre o módulo do processador e os de telemetria do computador principal. Estes módulos estão situados entre a placa do processador e os transmissores, formando uma parte vital do tratamento dos dados a bordo e do sistema de comunicação.

A nova informação possibilitou que a equipa percebesse o estado de todos os sistemas a bordo. Parte do plano de acção consistiu no aumento de temperatura, em sete graus, do chão em que estão instalados os computadores. Uma acção que resultou na recuperação das comunicações. Já está montado o plano para o caso de a falha voltar a ocorrer – está a ser desenvolvido software de forma a permitir que os dois computadores trabalhem em uníssono.

Primeiro geóide produzido pelo GOCE. (Imagem: ESA)

Volker Liebig, director de Programas de Observação da Terra da ESA, disse: “Estamos muito contentes que uma das mais inovadoras missões da ESA esteja de novo operacional. Gostaria de felicitar e agradecer às equipas da ESA e em especial da indústria. Normalmente os jornalistas perguntam-se se não há excesso de redundância nos satélites da ESA. Este caso mostra a importância destas margens. Como consequência desta forma de planear as missões, podemos agora oferecer aos cientistas o programa científico complete”.

Este não é o primeiro precalço desde o lançamento do GOCE, em Março de 2009. Em Fevereiro passado, um problema no chip do computador principal implicou que tivesse os operadores tivessem mudado para o sistema computacional de reserva.

Modelo gravitacional global (Imagem: ESA - GOCE High Level Processing Facility)




Avançada missão gravitacional
Navegando nos limites da atmosfera terrestre, para detector o sinal mais forte possível da gravidade, o satélite trabalha ao serviço da mais avançada missão de gravidade de sempre, desenhada para mapear variações no campo gravitacional da Terra com extremo detalhe e precisão.

Desde o início das operações, já recolheu dois terços dos dados de gravidade esperados. Como consequência, os cientistas de todo o mundo já têm uma imensidão de dados valiosos que irão redefinir a nossa compreensão do campo gravitacional da Terra. Além disso, com o GOCE agora completamente operacional, espera-se que continue a sua missão muito além do seu tempo de vida esperado, em 2011 – até agora, as operações do satélite têm exigido muito menos combustível do que o esperado.

Rune Floberghagen, responsável da missão GOCE, da ESA disse: “A 6 de Setembro o instrument principal, o gradiómetro, que mede as variações espaciais da gravidade com extremo detalhe, também accionado, verificando-se que está totalmente funcional. Com tudo a funcionar de novo em pleno, o satélite está a ser cuidadosamente reposicionado na sua altitude e estado de operações. Este objectivo deverá ser atingido antes do fim de Setembro”.

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