terça-feira, 15 de junho de 2010

Erupção do Monte Santa Helena permitiu novas formas de vida

O que os cientistas aprenderam em 30 anos de pesquisa e revitalização da zona atingida pelo vulcão?

Erupção em maio de 1980: a mais letal da história dos Estados Unidos

(Scientific American Brasil) Há 30 anos, em 18 de maio, o Monte Santa Helena perdeu seu cume – 2,8 milhões de metros cúbicos de montanha, para ser exata. Com a erupção do vulcão, o topo do ícone da costa noroeste do Pacífico baixou cerca de 400 metros em questão de segundos, levando consigo árvores suficientes para a construção de 300 mil casas de dois dormitórios. Também foram aniquiladas 200 residências, 57 vidas humanas e a maior parte da vida selvagem visível num raio de 596 quilômetros quadrados.

"Para muitos de nós, a primeira impressão sobre o que restou foi a de um cenário lunar – o que depois provou estar muito errado", lembra Jerry Franklin, professor de análise de ecossistemas da Washington University.

Aquelas desoladoras impressões iniciais baseavam-se em vistas aéreas. Mas quando os cientistas puderam examinar mais de perto o solo coberto de cinzas, descobriram que as perdas devastadoras haviam dado espaço a ganhos memoráveis, tanto em termos de produtividade do ecossistema quanto de avanço científico.

Plantas e animais que nunca puderam sobreviver sob as fechadas copas das árvores ou aos predadores dominantes, começaram a proliferar. Algumas dessas espécies eram absolutamente novas na área, como a cotovia do oeste. Os novos ecossistemas resultantes mostraram-se ainda mais produtivos do que os das antigas florestas pré-erupção.

Com o passar dos anos, multiplicaram-se as lições em campos tão diversos como biologia, engenharia e meteorologia. Zoólogos estudaram casos curiosos de aranhas levadas pelo vento para a zona de erupção; vulcanólogos montaram sensores de aço inoxidável para monitorar a contínua atividade vulcânica; e guardas florestais perceberam que as áreas intocadas pelo homem após a erupção geraram maior biodiversidade do que os lugares onde procuraram acelerar a revitalização tentando salvar árvores mortas ou plantando novas.

"Muitos cientistas, inclusive eu, sentiam-se como crianças numa loja de doces", diz Franklin. "Havia tanta coisa acontecendo, e tantas surpresas."

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