Espetacular imagem da erupção do vulcão Eyjafjallajökull, com diversos relâmpagos causados pelo atrito e pela transferência de energia entre o ar frio e as cinzas vulcânicas.Localizado no sul da Islândia, o glaciar Eyjafjallajökull (pronuncia-se "Eia fiatlai ohut") é um estratovulcão de 1660 metros de altitude e a última vez que entrou em erupção foi no ano de 1821 e manteve-se altamente ativo até 1823, após duas erupções ocorridas em 920 e 1612.
Seu domo de gelo cobre uma cratera de aproximadamente 2.5 km de diâmetro e durante a erupção de 1821 causou uma severa inundação ao romper um lago glacial. A explosão de março de 2010 forçou a evacuação de 500 pessoas da região, mas foi a erupção de 14 de abril - 20 vezes mais poderosa - que causou o blecaute aéreo em todo o norte da Europa, ao lançar sobre o continente milhões de toneladas de poeira que ameaça se propagar por todo o continente.
Região da geleira, com pequenas vilas localizadas próximas ao vulcão.A pluma de material vulcânico que causou o blecaute aéreo na Europa foi provocada pela fase explosiva da erupção que teve início em 14 de abril. Durante essa fase a maior parte do fluxo de lava foi jorrada da cratera no topo da geleira Eyjafjallajökull e também das fissuras laterais da montanha, descobertas ou formadas após a violenta explosão. Diversos pontos de vazamento de material piroclástico foram abertos e contribuíram para o derretimento do gelo no entorno, que provocou as fortes enxurradas de água misturada às cinzas vulcânicas que descem pelos flancos.
A lava jorrada na fase inicial era do tipo basalto de composição álcali-olivina, comum em regiões oceânicas, com 47% de sílica.
Imagem de radar de abertura sintética (SAR) mostra a "face da morte" do vulcão Eyjafjallajökull. A cena revela os buracos abertos na camada de gelo após a explosão de 20 de março e 14 de abril de 2010. Créditos: Marco Fulle/Metsul.com/Instituto de Ciências da TerraA fase explosiva da geleira foi precedida por uma grande quantidade de tremores de pequena magnitude iniciada às 23h00 de 13 de abril, seguida por um forte abalo que marcou a erupção. Os primeiros sinais do degelo ocorreram às 7 horas da manhã seguinte e algumas horas depois a pluma de cinzas e fumaça já atingia mais de 8 mil metros de altitude.
Em poucas horas a mistura de água e cinzas chegou às regiões mais baixas do vulcão, destruindo estradas, infra-estruturas e fazendas, obrigando as autoridades locais a evacuar pelo menos 700 pessoas do entorno da montanha.
Impulsionada pelos ventos vindos de noroeste, a grande pluma de cinzas atingiu o continente europeu no dia 15 de abril, provocando o colapso aéreo amplamente noticiado pela imprensa, que provocou a suspensão de mais de 70 mil voos até 19 de abril.
Saúde
Além do gigantesco prejuízo financeiro, as cinzas vulcânicas também preocupam as autoridades de saúde. Segundo o pesquisador Jay Miller, ligado à Universidade do Arizona, as cinzas podem ser "um verdadeiro assassino" caso sejam inaladas pelas pessoas. "Quando a lava do vulcão a 1200 graus toca a água, é produzida uma cinza muito fina que contém pequenas partículas de vidro. Quando inaladas, seria como rasgar literalmente os pulmões", adverte o cientista.
Islândia
A Islândia está localizada no norte do Oceano Atlântico e geologicamente é considerada uma ilha bastante nova e ainda em formação.

Cortada pela dorsal Meso Atlântica, a ilha é praticamente cortada por uma grande falha geológica criada pelo distanciamento entre a placa tectônica norte-americana, ao leste e eurasiana, a oeste. Essa "rachadura" se afasta cerca de 3 cm por ano e é responsável por um intrincado sistema de vulcões submarinos interligados e do hot spot que forma a Islândia.
Hot spot, ou ponto quente é uma área da superfície continental ou oceânica que sofreu vulcanismo ativo por muito tempo e onde há liberação de material magmático. Ao entrar em contato com a água esse material incandescente se solidifica, formando novas ilhas ou aumentando o território. Um exemplo bastante conhecido de Hot Spot são as ilhas do Havaí.
Possibilidades
Após o episódio da erupção do Eyjafjallajökull, vulcanólogos acreditam que a descompressão do gelo causada pelo derretimento de grandes massas, além de outros fatores, pode acelerar processos eruptivos em outros vulcões da região. Um desses vulcões é o Katla, o maior vulcão da Islândia e localizado sobre a fissura vulcânica de Laki, próxima ao Eyjafjallajökull.
No entender de alguns pesquisadores, uma erupção nesse sistema poderia provocar uma nuvem de cinzas dez vezes maior que a atual, com consequências imprevisíveis.
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E mais:
Islândia é o segundo lugar com mais atividade vulcânica no planeta (G1)
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