quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Gelo da Groenlândia pode derreter mais rápido que previsto

(AFP / Terra) A calota polar da Groenlândia reagiu mais rapidamente ao aquecimento global nos últimos 10 mil anos do que se estimava até agora, indica um estudo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica Nature. Os resultados do estudo sugerem que o aumento de temperatura correspondente a um cenário médio de aquecimento para este século pode gerar um derretimento do gelo da Groenlândia em ritmo alarmante.

"É muito possível que um futuro aumento da temperatura de alguns poucos graus Celsius na Groenlândia implique em uma perda da calota polar e em uma contribuição mais significativa que o previsto para o aumento do nível do mar", alerta o texto. O aquecimento da Groenlândia ao longo dos últimos 10 mil anos parecia variar de uma área para outra, sem uma tendência clara.

As pesquisas recentes, coordenadas por Bor Vinther, da Universidade de Copenhague, explicam que isto era apenas um problema com as técnicas de medição e que a calota polar reagiu de maneira mais uniforme e intensa ao aumento da temperatura. Até pouco tempo atrás, os especialistas acreditavam que as duas calotas polares do planeta - na Groenlândia e na Antártica - continuariam estáveis durante os próximos séculos apesar das mudanças climáticas.

No entanto, estudos recentes - realizados a partir de uma nova técnica de medição das mudanças na calota polar ocorridas nos últimos 10 mil anos - mostram que o ritmo do derretimento do gelo aumentou com muita velocidade nas últimas décadas. É importante se preocupar com o destino dos blocos de gelo da Groenlândia, advertem os cientistas, porque eles contêm água suficiente para fazer o nível do mar subir em até sete metros.

Mesmo um aumento um pouco mais modesto faria com que várias cidades costeiras ficassem debaixo d'água, obrigando centenas de milhões de pessoas a migrarem para regiões mais altas.

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