terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Montanhas precisam de mais atenção em acordos globais

(AFP/UOL) Os sistemas montanhosos são cruciais para o fornecimento de água no mundo e exigem que um acordo para enfrentar as mudanças climáticas disponha de mais financiamento para sua proteção, disseram especialistas reunidos nesta quinta-feira em Lima.

No dia internacional das montanhas, um grupo de especialistas de várias regiões insistiram em que a comunidade internacional incorpore apropriadamente o cuidado com elas, como um aspecto vital para abrandar efeitos da mudança climática.

"A biodiversidade e os serviços hídricos que as montanhas oferecem exigem que sejam apropriadamente incorporadas nos objetivos da COP21", disse o diretor do Instituto Internacional de Montanhas, Andrew Taber, referindo-se à conferência em Paris que fixará, em 2015, um novo acordo global sobre o clima.

Como "torres de água do mundo", elas provêm mais da metade de água doce potável do planeta, além da necessária para a indústria, uso doméstico e energia hidrelétrica, segundo a ONU.

"A cada dia, as montanhas estão sob mais ameaças pelas mudanças climáticas", destacou Maria Helena Semedo, vice-diretora geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Semedo também afirmou que "é necessário conseguir mais financiamento para a proteção tanto de pequenos agricultores como de bosques montanhosos" que se mostram cruciais para regular a água e evitar desmoronamentos trágicos.

A ministra de Assentamentos Humanos do Butão, Derji Choden, disse que em seu país "70% do território está coberto por montanhas" e que muitas das geleiras existentes na região dos Himalaias Orientais estão em processo de derretimento devido ao aquecimento global.

"O desenvolvimento a partir de combustíveis fósseis é coisa do passado. Espero que possamos entrar em uma etapa de energia limpa e que proteja os ambientes naturais e as populações", pediu Flavia Munaaba, ministra do Meio Ambiente de Uganda.

Reunidos na Conferência do Clima da ONU (COP20), os delegados de 195 países devem concordar com um projeto para um novo pacto mundial contra o aquecimento global, que será adotado em 2015 em Paris.

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