segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Mineral mais abundante da Terra é finalmente batizado



Bridgmanita
(Inovação Tecnológica) Aquele que é presumidamente o mineral mais abundante da Terra pode finalmente ser batizado.

O nome é bridgmanita, em homenagem a Percy Bridgman, um físico norte-americano considerado o pai dos experimentos de alta pressão, que permitem sintetizar diamantes e outros minerais que não ocorrem naturalmente.

Para dar nome a um novo mineral, a Associação Mineralógica Internacional exige algo bastante óbvio: uma amostra do mineral, que possa comprovar que ele realmente existe.

Ocorre que a agora reconhecida bridgmanita é um mineral que se acredita compor o manto terrestre, uma camada viscosa entre a crosta e o núcleo do planeta. Assim, devido às altas pressões e temperaturas do seu "habitat natural", o mineral, só previsto teoricamente, deve ser extremamente raro na superfície - se é que ele existe aqui - e todas as tentativas de encontrar uma amostra natural tinham dado em nada até agora.

Amostra espacial
Oliver Tschauner e seus colegas do Instituto de Tecnologia da Califórnia conseguiram finalmente uma amostra que foi considerada natural, mas que não veio do manto - afinal, o buraco mais fundo já feito na Terra mal cutucou a crosta, de forma que não há previsão de quando será possível capturar uma amostra do manto.

A amostra de bridgmanita foi encontrada em um meteorito chamado Tenham, que caiu na Austrália em 1879.

Durante sua entrada na atmosfera terrestre, o meteorito ficou sujeito a temperaturas de 2000° C e pressões de 24 gigapascals, o suficiente para reproduzir as condições nas profundezas da Terra e permitir a formação da bridgmanita.

Mineral mais abundante da Terra
Como o manto tem quase 3.000 km de espessura e representa 38% do volume da Terra, a bridgmanita tornou-se o mineral mais comum em nosso planeta - ainda que a única amostra dele que temos tenha vindo do espaço.

Os pesquisadores agora querem a estudar as pequenas amostras de bridgmanita ao extremo, para ver quais elementos podem se imiscuir em sua estrutura atômica - conhecida como perovskita - e assim ter mais informações sobre a composição e o comportamento do manto terrestre.
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