quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Membro da ABC lidera a primeira travessia cientifica nacional do interior da Antártica

A equipe de quatro cientistas da UFRGS se prepara para viajar ao continente antártico no final de dezembro de 2014

(JC) Uma equipe de quatro cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), apoiados com recursos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) se prepara para viajar ao continente antártico no final de dezembro de 2014. Liderados pelo glaciologista e membro da Academia Brasileira de Ciência (ABC), Jefferson Simões, os pesquisadores irão protagonizar a primeira travessia científica brasileira no interior da Antártica.

Serão cerca de 1.400 km percorridos no manto de gelo, com início previsto para 5 de janeiro e final para o dia 31 do mesmo mês. Durante o trajeto, serão feitas amostragens superficiais e a perfuração do neve e do gelo (coleta de testemunhos). Os cientistas enfrentarão temperaturas abaixo de -30°C, tendo que dormir em barracas.

Além da amostragem, que pretende gerar dados para avaliar os impactos antrópicos na atmosfera, ao longo dos últimos 50 anos, como poluição e gases estufa, a travessia tem como objetivo conhecer e preparar o local de instalação do segundo módulo científico brasileiro, o Criosfera 2, que será levado à Antártica no verão de 2015-2016.

Essa travessia científica é parte das atividades do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), financiadas pelo MCTI.

A travessia
O grupo sai de Punta Arenas (Chile) e vai até o ponto inicial da travessia, a geleira Union (79°45’S, 82°50’W, ± 700 m de altitude), pousando na pista de gelo azul com a aeronave Ilyushin 76. De lá, seguem 520 km por veículos especiais para neve com 3 eixos e tração nas 6 rodas (6 x 6) até chegarem ao módulo científico brasileiro Criosfera 1. Deste local, seguem mais 650 km até o Monte Johns (79°55’S, 94°23’W, com 2.125 m de altitude), onde será instalado o módulo Criosfera 2 no verão de 2015/2016. Daí retornaram até a pista de pouso na geleira Union.

O trajeto em terra será feito com o uso de caminhonetes Toyota Hylux modificadas pela Arctic Trucks, com três eixos e pneus largos, para maior estabilidade sobre a neve. O principal perigo a ser enfrentado pelos pesquisadores são as possíveis fendas no trajeto, que estão sendo monitoradas por sensoriamento remoto a fim de evitar esses trechos.

Os Módulos Criosfera 1 e 2
Simões ressalta que o módulo científico Criosfera 1 (inaugurado em 2012), já registra os primeiros resultados.

“Já tivemos o registro do aumento de concentração de CO2 na atmosfera, atingindo o valor de 400 ppm (partes por milhão), o que EUA e europeus presentes no continente antártico”, afirma o líder da travessia.

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