terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Estudo analisa clima dos últimos 20 mil anos para prever mudanças

(Efe/UOL) Um estudo apresentou novos dados sobre o clima na bacia do Mediterrâneo durante os últimos 20 mil anos a partir de sedimentos do fundo do mar, que servirão para conhecer a atual mudança climática e os possíveis cenários futuros.Na equipe internacional de cientistas há pesquisadores da Espanha, Estados Unidos, Alemanha e Noruega.

A Universidade de Granada, no sul da Espanha, uma das participantes do projeto, detalhou em comunicado que a pesquisa, publicada pela revista Quaternary Science Reviews, analisou a composição química dos sedimentos no fundo do mar.

Francisca Martínez Ruiz, pesquisadora do Instituto Andaluz de Ciencias de la Tierra, em Granada, explicou que o estudo da composição química dos sedimentos marítimos é fruto "de especial interesse" porque "somente os indicadores indiretos podem oferecer informação sobre como era o nosso clima no passado".

O estudo dos sedimentos marítimos permite conhecer as características do clima no passado, o que contribuirá para analisar a mudança climática atual e abordar os possíveis cenários futuros.

"O Mediterrâneo é um laboratório natural excepcional para as pesquisas paleoambientais porque seu caráter de bacia semi-fechada o torna um amplificador particularmente sensível dos efeitos da mudança global", explicou Martínez.

A época estudada neste artigo científico é de especial interesse pelas mudanças climáticas tão significativas que ocorreram desde o Último Máximo Glacial.

Esse período inclui um momento em que muitos icebergs se desprenderam das geleiras e atravessaram o Atlântico Norte, uma fase de esfriamento climático entre o final do Pleistoceno e as oscilações climáticas holocenas.

Os cientistas avaliaram indicadores geoquímicos e mineralógicos de variabilidade climática para reconstruir ciclos áridos e úmidos, conhecer variações nos aportes fluviais e analisar a produtividade biológica.

"Muitas das mudanças climáticas têm um caráter cíclico. Conhecer a evolução do futuro clima e seus mecanismos de controle, tanto naturais como antropogênicos, requer o entendimento do sistema climático no passado", concluiu Martínez.

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