quarta-feira, 12 de março de 2014

A Terra vista em vermelho


(O Globo) Lançada em agosto de 2004, a sonda Messenger, da Nasa, começou uma longa viagem pelo Sistema Solar interior rumo a seu destino, Mercúrio, onde chegou em 2011 para se tornar a primeira nave a orbitar o planeta mais próximo do Sol. Para isso, a Messenger teve que fazer um voo rasante pela Terra, dois por Vênus e três pelo próprio Mercúrio. Na única passagem pela Terra em 2005, apenas um ano depois do lançamento, a gravidade de nosso planeta ajudou a acelerar e corrigir a trajetória da sonda, enquanto os cientistas aproveitaram para testar seus instrumentos em uma paisagem familiar, captando, entre outras, esta imagem que mostra a América do Sul e partes da América do Norte e da África.

Feita com uma câmera grande angular que registra a luz em 11 diferentes comprimentos de onda, incluindo visíveis e infravermelho, a imagem mostra a Floresta Amazônica em vermelho, resultado da forma como estes diferentes espectros foram combinados. Isso porque para produzir uma imagem em cores reais é preciso juntar as imagens nas faixas do azul, vermelho e verde, mas nesta a porção em azul foi substituída pelo infravermelho. Com isso, os cientistas obtiveram uma imagem mais nítida, já que a atmosfera espalha a luz azul, mas praticamente não perturba o infravermelho. Assim, as plantas da floresta parecem vermelhas, pois elas refletem mais o infravermelho do que o vermelho e o verde.

Assim, além da tornar a imagem mais nítida, a substituição revela mais informações sobre a saúde da floresta. Isto porque plantas saudáveis refletem mais radiação infravermelha do que as sob algum tipo de estresse. Desta forma, o vermelho brilhante com que a floresta aparece é sinal de que ela está densa e com as folhagens crescendo.

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