quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Estudo sugere que Grande Extinção ocorreu em 'curto espaço de tempo'

Extinção acabou com 96% da vida na Terra há 250 milhões de anos. Dados foram publicados esta semana na revista científica 'PNAS'.

(France Presse/G1) Antes mesmo do aparecimento dos dinossauros na Terra, alguma coisa varreu quase toda a vida no planeta há mais de 250 milhões de anos e o que quer que tenha provocado esta extinção em massa aconteceu mais rapidamente do que se pensava.

Com base em análises de rochas da China, cientistas afirmaram em estudo publicado na “PNAS”, revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, que a extinção no final do período Permiano aconteceu ao longo de 60.000 anos ou até 48.000 anos.

Isto corresponde a um período dez vezes mais rápido do que os cientistas acreditavam até agora, o que representa um piscar de olhos em escala geológica. "Está claro que o que quer que tenha provocado a extinção deve ter ocorrido muito rapidamente", afirmou o principal autor do estudo, Seth Burgess, aluno de pós-graduação de Ciências da Terra no MIT (Massachusetts Institute of Technology).

A extinção em massa acabou com 96% da vida na Terra. Existem várias teorias sobre sua causa, sendo a principal delas uma série de erupções vulcânicas maciças que teria liberado grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera, provocando a acidificação dos oceanos e um intenso aquecimento global. O último estudo se baseia em uma análise de cristais de zircão em uma formação geológica situada em Meishan, na China.

Fósseis descobertos nessa região levaram os cientistas a acreditar que as rochas guardam segredos do fim do período Permiano e do início do Triássico, que foi quando dinossauros e mamíferos começaram a aparecer.

Exame mais aprofundado
Usando as mais recentes técnicas científicas, os pesquisadores conseguiram refinar estimativas feitas em 2011, quando eles reportaram que a extinção em massa teria ocorrido em menos de 200.000 anos.

Um exame mais aproximado do urânio e do chumbo contidos em amostras coletadas em mantos de cinza vulcânica sugere que as mortes de quase toda a planta e criatura vivas na Terra poderiam ter acontecido em até 12 mil anos. "Nós fixamos o tempo e a duração precisas da extinção", afirmou o coautor do estudo, Sam Bowring, professor de ciências da Terra e planetárias no MIT.

Ao lado de colegas do Instituto de Geologia e Paleontologia de Nanquim, os cientistas descobriram que 10 mil anos antes da extinção, os oceanos experimentaram uma pulsação de carbono leve, refletindo a liberação maciça de dióxido de carbono na atmosfera.

Os oceanos teriam sofrido uma dramática acidificação e visto as temperaturas do mar aumentarem em 10ºC ou mais, um calor que teria matado a maior parte da vida marinha.

Burgess disse que o que quer que tenha acontecido, ocorreu "rápido o suficiente para desestabilizar a biosfera antes que a maioria da vida animal e vegetal tenha tido tempo para se adaptar no esforço de sobreviver".

Agora, os cientistas analisam amostras de pedras da China e dos Traps siberianos, na Rússia, para comparar a cronologia das erupções. "Nós refinamos nossa abordagem e agora temos uma maior precisão", disse Bowring. "Você pode pensar nisso como uma lenta espiral na direção da verdade", comparou.

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