segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Os círculos do tempo

Com motosserras e furadeiras, brasileiros e alemães coletam amostras de árvores para ver variações de umidade e temperatura ao longo de séculos


(Pesquisa Fapesp) Ciência também se faz com músculos e suor. Com uma calça verde recém-colocada sobre a que já vestia, luvas grossas, capacete vermelho com uma tela sobre o rosto e protetores de ouvido, o botânico Gregório Ceccantini liga a motosserra, mais uma vez, no meio da tarde de 12 de setembro. O cheiro de gasolina do motor se espalha pelo ar seco da Estação Ecológica dos Caetetus, uma reserva de mata atlântica no município de Gália, região central do estado de São Paulo. A lâmina espalha serragem à medida que corta o tronco de uma árvore morta que se alonga em meio às que permanecem distintamente em pé. Depois de serrar o tronco até o fim, o professor do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) desliga a motosserra e a põe sobre o chão coberto de folhas secas, tira o capacete e puxa o primeiro disco de madeira da peroba-rosa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário