segunda-feira, 18 de junho de 2012

Estudo: extração de petróleo e gás pode causar terremoto

(AFP/Terra) Algumas operações petrolíferas ou de extração de gás que implicam a injeção de água subterrânea podem causar terremotos, embora o risco da técnica de fratura hidráulica seja geralmente baixo, destacou nesta sexta-feira um relatório científico publicado nos Estados Unidos.

O estudo do Conselho Nacional de Pesquisas dos Estados Unidos descobriu que o risco sísmico mais significativo está relacionado com a injeção secundária de águas residuais no subsolo para extrair vestígios de hidrocarbonetos de uma jazida de petróleo.

Além disso, uma técnica denominada Captura e Armazenamento de Carbono (CCS, na sigla em inglês), que tem como objetivo reduzir as emissões de dióxido de carbono na atmosfera através da captura, liquefação e injeção subterrânea de grandes volumes de carbono, "pode potencialmente induzir grandes eventos sísmicos", destacou o relatório.

No entanto, a fratura hidráulica, técnica que permite aumentar a extração de gás e petróleo do subsolo e que esteve sob intenso escrutínio dos ambientalistas, não é, segundo o estudo, um fator de risco de tremores suficientemente fortes para ser percebidos pelas pessoas, acrescentou.

"O processo de fratura hidráulica tal como se aplica atualmente para a recuperação de gás de xisto não representa um alto risco de indução de eventos sísmicos que possam ser percebidos", destacou o informe. Há 35 mil poços de gás de xisto nos Estados Unidos atualmente e só foi reportado um caso no mundo em que a fratura hidráulica de gás de xisto foi confirmado como causador de terremotos em áreas próximas.

Este caso foi na área de Blackpool, na Inglaterra, em 2011. A fratura hidráulica causou um terremoto de magnitude 2,3 em abril e outro de magnitude 1,5 em maio, destacou o informe. Vinte casos possíveis foram documentados nos Estados Unidos e outros 18 no mundo.

"A atividade humana, inclusive a injeção e extração de fluidos da Terra, pode induzir a eventos sísmicos", destacou o relatório. "Embora a grande maioria destes eventos tenham intensidades inferiores às que podem ser percebidas pelas pessoas que vivem diretamente no local da injeção do fluido ou de extração, existe um potencial para que ocorram sismos importantes que podem ser percebidos e causar danos e preocupação pública".

Um fator chave no potencial para causar um terremoto parece estar relacionado ao equilíbrio entre o líquido introduzido no subsolo e que logo é retirado e as tecnologias que controlam este equilíbrio são as melhores, explicou.

Enquanto a técnica de CCS consista em injetar grandes volumes de líquido para um armazenamento prolongado e possa causar grandes terremotos, não há projetos em grande escala em andamento, razão pela qual é difícil avaliar o risco real.

"Não existe informação suficiente para compreender este potencial porque não há projetos em grande escala de CCS em funcionamento. É preciso mais investigação sobre o potencial de sismicidade introduzida em grande escala de projetos de CCS", destacou o informe.

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