sexta-feira, 25 de maio de 2012

Aquecimento pode ultrapassar 3,5 ºC, afirmam cientistas

(AFP/Veja) Cientistas climáticos alertaram nesta quinta-feira que o planeta poderá aquecer mais de 3,5 graus Celsius, aumentando o risco de seca, cheias e de elevação do nível dos mares.

A meta da ONU é limitar o aquecimento a 2ºC com base nos níveis pré-industriais para restringir as mudanças climáticas a algo manejável.

Em um relatório divulgado no penúltimo dia das novas negociações climáticas da ONU em Bonn, na Alemanha, cientistas afirmaram que a elevação da temperatura média global poderia exceder perigosamente os 3,5ºC estabelecidos apenas seis meses atrás.

Marion Vieweg, pesquisadora de políticas da empresa alemã Climate Analytics, disse à AFP que a estimativa de 3,5ºC se baseou na suposição de que todos os países cumprirão seus objetivos, eles próprios inadequados, para reduzir as emissões de gases causadores de efeito estufa.

Novas pesquisas demonstraram que esta não é "uma suposição realista", afirmou, acrescentando que atualmente "não podemos quantificar ainda quanto acima" de 3,5º C a Terra esquentará.

A ferramenta de monitoração é chamada Rastreador de Ação Climática Climate Action (CAT, na sigla em inglês), um projeto conjunto de Climate Analytics, of Ecofys e Instituto Postdam de Pesquisa de Impacto Climático, na Alemanha.

Seu colega, Bill Hare, afirmou que o abismo entre as intervenções prometidas pelos países e a realidade estava "ficando maior".

As projeções são para um excesso de emissões de gases estufa entre 9 e 11 bilhões de toneladas ao ano acima do teto atual, de 44 bilhões de toneladas, necessário até 2020 para se cumprir a meta de 2ºC.

Até o momento, o mundo emite cerca de 48 bilhões de toneladas destes gases, que incluem dióxido de carbono e metano.

Os Estados Unidos respondem por 6 bilhões de toneladas, a China por 7 e a União Europeia (UE), por 5, destacou a CAT.

As 195 partes da Convenção-quadro da ONU sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC, na sigla em inglês) reúnem-se na antiga capital da Alemanha Ocidental pela primeira vez desde que concordaram em desenhar um novo pacto global, durante a cúpula de Durban, na África do Sul, em dezembro passado.

O acordo seria concluído em 2015 para entrar em vigor em 2020.
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