quarta-feira, 25 de abril de 2012

Criado o mapa mais detalhado do gelo no Árctico


(Público - Portugal) Foi produzido o primeiro mapa que mostra, com detalhe, o que acontece durante o Inverno ao gelo na superfície do oceano Árctico, com base nos dados captados pelo satélite CryoSat. Os dados foram revelados nesta terça-feira, na Real Sociedade de Londres.

Em Junho de 2011 já tinha sido revelado o primeiro mapa da espessura do gelo marítimo no Árctico, mas apenas entre Janeiro e Fevereiro desse ano.

Agora, e depois de quase ano e meio a recolher dados, os radares do CryoSat, satélite da Agência Espacial Europeia (ESA, sigla em inglês), permitiram criar o primeiro mapa sobre o que acontece ao longo de toda uma estação, o Inverno, de Outubro de 2010 a Março de 2011.

“É o primeiro mapa gerado a partir de dados com tão alta resolução, comparado com as anteriores medições de satélite”, salienta a ESA, em comunicado.

O recurso a satélites para estudar o Árctico é especialmente útil, porque estes aparelhos conseguem captar imagens mesmo durante os longos períodos de escuridão no Árctico e em más condições meteorológicas, diz ainda a ESA.

Os resultados apresentados hoje “demonstram que os dados de satélite podem agora ser usados para estimar o volume de gelo no Árctico, essencial para conhecer as alterações a longo prazo na região”, diz o Conselho para a Investigação Ambiental britânico (NERC, sigla em inglês), o organismo público da Grã-Bretanha que apoia as ciências naturais e ambientais.

Na verdade, as informações do satélite foram validadas por um total de 150 especialistas, que utilizaram instrumentos de medição em aviões, navios e no terreno. Elizabeth Morris, do Instituto Escocês de Investigação Polar, da Universidade de Cambridge, disse na Real Sociedade de Londres que “o detalhe do satélite foi comprovado” e que os cientistas encontraram “condições muito diferentes” quanto às alterações na espessura do gelo.

“O gelo na superfície do mar no Árctico está a diminuir, isso é um facto”, disse na conferência Duncan Wingham, do Centro para a Modelação sobre a Observação Polar britânico. Mas acrescentou que não se pode afirmar, com toda a certeza, quando é que a região ficará, permanentemente, sem gelo no Verão.

Nos próximos anos, os dados obtidos pelo CryoSat vão mapear as alterações na espessura do gelo, ano a ano, para “aprofundar os conhecimentos sobre os efeitos das alterações climáticas no Árctico”, escreve a ESA.
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Mapa da espessura do gelo mostra intensificação do aquecimento global (iG), com matéria similar no UOL

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