Mudanças no magma sinalizam erupções cerca de cem anos antes. Ao contrário dos vulcões normais, supervulcões ficam em áreas planas.
(Efe/G1) As erupções de supervulcões adormecidos há centenas de anos poderiam ser previstas com a análise das mudanças na composição do magma, segundo um estudo publicado na edição desta quinta-feira (2) da revista científica "Nature".
A investigação analisou os processos que ocorrem no magma das caldeiras vulcânicas e o tempo em que eles ocorrem, o que dá mais informações sobre o que acontece antes de uma erupção.
Os supervulcões são capazes de expulsar quadrilhões de litros de magma em poucos dias. Ao contrário dos vulcões normais, eles geralmente se encontram em locais planos e não têm a forma associada a uma montanha.
A equipe, liderada pelo geólogo Timothy Druittm, da universidade francesa Blaise Pascal, e por Jon Blundy, da universidade britânica de Bristol, estudou os cristais incrustados em rochas vulcânicas da ilha grega de Santorini.
Este material faz parte da larva derramada numa grande erupção ocorrida em torno de 1.600 a. C., que contribuiu para configurar o arquipélago e que aconteceu 18 mil anos depois do episódio anterior.
Os geólogos descobriram que nos cem anos anteriores a uma erupção a reserva de magma dentro do vulcão aumentou e ocorreram mudanças em sua composição.
O prazo de tempo entre erupções deste tipo costuma ser de milhares de anos, mas é difícil calcular esse período pois ainda não foram realizadas pesquisas suficientes sobre o fenômeno.
No entanto, esta nova investigação abriu caminho para a previsão de uma erupção de um supervulcão. Os cientistas consideram que as remodelações no magma ocorrem aproximadamente cem anos antes de ocorrer uma erupção.
Por isso, a observação a longo prazo das mudanças no magma permitiria prever erupções devastadoras em supervulcões adormecidos há muito tempo, mais ainda parcialmente ativos, como em Long Valley e Yellowstone, nos Estados Unidos, e em Campi Flegrei, na Itália.
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