terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Gases-estufa causam a acidificação de oceanos


(O Globo) As emissões de gases-estufa feitas pelo homem estão provocando a acidez da água, reduzindo a taxa de calcificação de organismos marinhos como moluscos e corais. De acordo com uma equipe internacional de pesquisadores, um terço do CO2 lançado na atmosfera é absorvido pelo mar.

Modelos matemáticos processados em computador indicam que as emissões dos últimos 200 anos já fizeram com que a acidez aumentasse muito maior do que as variações naturais.

O estudo foi publicado neste domingo na versão on-line da "Nature Climate Change".

Os pesquisadores Tobias Friedrich e Axel Timmermann, do Centro Internacional de Pesquisa do Pacífico, da Universidade do Havaí, em Manoa, que coordenam o trabalho, explicam que os modelos simularam as condições de clima e oceano de 21 mil anos atrás. Também foram feitas previsões de tempo até o final do século XXI.

Os pesquisadores se concentram nos níveis de aragonita (uma forma de carbonato de cálcio), normalmente usada para medir a acidificação dos oceanos. Considerando a época anterior ao período industrial, quando não havia emissões significativas de gases-estufa pelo homem, os níveis deste elemento variaram anualmente entre 4,7 e 4,8. O estudo mostra, ainda, que, nos dias atuais, este número fica entre 4,2 e 4,3.

Isto significa uma diminuição das taxas de calcificação total de corais de cerca de 15%. A previsão é que esta taxa suba ainda mais, chegando, nos próximos 90 anos, a 40% dos valores pré-industriais.

- Em algumas regiões, a taxa de variação da acidez dos oceanos desde a Revolução Industrial é cem vezes maior que a taxa natural de mudança entre o último Glacial e épocas pré-industriais - afirma Friedrich.

Algumas regiões deverão sofrer menos do que outras, como o leste do Pacífico tropical. Pesquisadores afirmam, ainda que o problema redundará na redução da biodiversidade nos mares.

- Nossos resultados sugerem que reduções severas podem ocorrer na biodiversidade dos corais até meados deste século - diz Timmermann.

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