(Terra) Os trabalhos científicos que envolveram a instalação do primeiro módulo de pesquisa no interior do continente antártico foram encerrados na tarde de terça-feira, após 27 dias de investigações sob muito frio. De agora em diante, o Criosfera I funcionará totalmente automatizado até o final de 2012.
Segundo o professor Jefferson Simões, líder da expedição Criosfera, a partir do meio-dia de ontem, ocorreu o desmonte de barracas e o fechamento do módulo para o inverno antártico. "Às 16h30 nosso avião aterrissou na pista de pouso improvisada na neve. Nosso desafio imediato: colocar duas toneladas de carga (incluindo 600 kg de amostra de gelo) e 10 passageiros para dentro. Apertados, entre caixas e trenós, decolamos uma hora depois para nossa viagem de 470 km", relata Simões.
Da chegada ao acampamento base na geleira Union, os cientistas terão 24h para preparar a carga e, se as condições meteorológicas permitirem, partir para Punta Arenas, no Chile.
O módulo ficará monitorando aerossóis, íons marinhos, diversos compostos orgânicos voláteis, gás carbônico, além das condições meteorológicas do local. Os dados serão transmitidos via satélite para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Há estimativas que as temperaturas do ar caíam a -60°C no meio do inverno no local onde está o Criosfera I. A questão que cerca os pesquisadores agora é: será que os diferentes sensores do módulo científico sobreviverão ao longo do inverno polar, sem luz a partir de meados de abril? Mas esta resposta só o tempo poderá dar.
Sobre o Criosfera I
A estrutura de um módulo é mais compacta que a de uma estação, que costuma ser habitada durante quase todo ano. Com 2,5 m de largura, 6 m de comprimento e 2,8 m de altura, ele tem a função de abrigar os equipamentos, embora comporte também quatro pesquisadores.
O custo da estrutura, que foi fabricada na Suécia, ficou em torno de R$ 185 mil. Com os gastos em equipamentos e operação de transporte, a implantação do módulo brasileiro chega a R$ 930 mil, o que não é considerado um orçamento alto para os padrões de pesquisa no local. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) da Criosfera disponibilizou R$ 5 milhões para três anos e meio de estudos e, caso não haja imprevistos, a instalação deverá funcionar por 15 anos.
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