terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Geógrafos da UFF integram expedição às geleiras da Antártica

(JB) A segunda expedição à Antártica com dois geógrafos da Universidade Federal Fluminense no grupo de 15 pesquisadores brasileiros e dois chilenos parte com destino ainda não explorado na região. Trata-se de uma área nova, cujo acesso foi liberado há apenas um ano e que ainda não possui instalações. São as geleiras Union, uma área montanhosa, que fica a menos de mil quilômetros do Polo Sul e está a 80 graus de latitude sul.

Rosemary Vieira, do Departamento de Geografia de Campos dos Goytacazes, que já participou, em 2008 e 2009, da expedição "Deserto de Cristal", foi a primeira brasileira a pesquisar no interior da Antártica e agora será a única pesquisadora brasileira a participar de duas expedições seguidas a essa parte do continente.

Rosemary e Guilherme Fernandez, do Departamento de Geografia da UFF de Niterói, farão estudos da geomorfologia glacial, com a utilização de métodos geofísicos para a identificação de depósitos sedimentares, além da coleta de sedimentos para datação e estudos biogeoquímicos.

São equipamentos muito delicados, explica a pesquisadora, que vão registrar dados meteorológicos e da química da atmosfera, para detectar partículas presentes e monitorar suas mudanças. "Pesquisar no interior da Antártica é muito difícil pelo acesso e pelas condições climáticas, então esta é uma oportunidade que o Brasil está tendo com a abertura desse local para pesquisas", diz Rosemary.

Esta expedição é importante, dizem os pesquisadores, porque define e marca a presença da pesquisa brasileira no interior desse continente gelado, pois, até então, a grande parte das pesquisas do Programa Antártico Brasileiro era feita na Antártica Marítima, em especial na ilha Rei George. Na primeira expedição, os pesquisadores tiveram que providenciar e levar tudo, inclusive alimentação. Agora, a empresa multinacional Antarctics Logistic Expediction (ALE), que se especializou em transporte de turistas e cientistas à Antártica, irá cuidar do transporte, alojamento, alimentação e inclusive atendimento médico.

A expedição, que é chefiada por Jefferson Cardia Simões, geólogo glaciólogo, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e diretor do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia da Criosfera e coordenador do Centro Polar e Climático, tem como principal objetivo instalar um módulo científico nessa nova região da Antártica, ainda inexplorada, onde sensores estarão constantemente registrando dados.

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