segunda-feira, 23 de maio de 2011

Um ano após Eyjafjöll, outro vulcão fecha espaço aéreo na Islândia


(AFP / Yahoo) O espaço aéreo islandês foi fechado temporariamente neste domingo devido à erupção do vulcão mais ativo do país, um ano após outro gigante entrar em atividade, provocando o caos no transporte aéreo e deixando milhares de viajantes no mundo presos nos aeroportos.

O vulcão Grimsvoetn, situado na geleira Vatnajökull, no sudeste do país, entrou em erupção no sábado. É o vulcão mais ativo da Islândia, entrando em atividade nove vezes entre 1922 e 2004.

A erupção, que põe em contato a lava e o gelo, emite uma imensa coluna de fumaça que, às 08H00 GMT (05H00 de Brasília) deste domingo, alcançava uma altura de "pelo menos 17 km", segundo Einar Kjartansson, geofísico do Instituto Meteorológico islandês.

As autoridades aeroportuárias islandesas (Isavia) decretaram o fechamento temporário do espaço aéreo do país.

"O aeroporto Keflavik, nosso maior aeroporto internacional, está fechado. O espaço aéreo está fechado", disse à AFP a porta-voz da Isavia, Hjordis Gudmundsdottir.

Os ventos sopram com pouca força neste domingo e parecem enviar a nuvem de cinzas para o norte e o nordeste, razão pela qual, segundo a porta-voz, afetaria apenas os voos em direção ao norte da ilha.

O fechamento do espaço aéreo islandês atinge não apenas os voos que saem e chegam ao país, mas o tráfego mundial, já que está situado em rotas transatlânticas.

Neste domingo, a organização europeia de segurança aérea (EUROCONTOROL) anunciou que a erupção não deve ter impacto alguns nos voos no resto da Europa pelo menos nas próximas 24 horas.

Em abril de 2010, uma erupção do vulcão islandês Eyjafjöll provocou um caos mundial, forçando o maior fechamento do espaço aéreo europeu em tempos de paz, com mais de 100 mil voos cancelados e oito milhões de viajantes em terra ao longo de um mês.

As autoridades aeronáuticas temem que a fina poeira vulcânica, que os ventos transportam para grande parte da Europa e ao Atlântico, entre nos motores dos aviões e provoque avarias.

Os especialistas do Instituto Meteorológico estavam bastante otimistas neste domingo, já que consideram que a erupção do Grimsvoetn não deveria ter as mesmas consequências que o Eyjafjöll.

"Não creio que terá o mesmo efeito que o Eyjafjöll, porque as cinzas não são tão finas", declarou à AFP o geofísico Gunnar Gudmundsson.

"A erupção é forte, mas as cinzas são compostas por basalto, o que as torna mais rugosas e caem muito mais rápido no solo", explicou o especialista.

Os povoados situados nos arredores do vulcão em erupção foram cobertos rapidamente com as cinzas do vulcão, que chegou inclusive à capital, Reikiavik, 400 km a oeste.

"Simplesmente há uma escuridão lá fora que torna difícil crer que veremos o dia", declarou à AFP Bjorgvin Hardarsson, um agricultor de Kirkjubaejarklaustur, não muito longe do vulcão.

Segundo Gudmundsson, a erupção não deve "afetar os voos internacionais nem provocar o fechamento de aeroportos no exterior".

"A intensidade (da erupção) parece maior" que a do Eyjafjöll, cuja coluna de fumaça alcançou uma altura máxima de 9 km, afirmou Einar Kjartansson, outro geofísico do Instituto Meteorológico.

"A maioria do tráfego (aéreo) no sul da Islândia não deve ser afetado", estimou.
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