
(Ciência Hoje) Projeto disponibiliza na internet informações sobre o solo de várias regiões do país. A ideia: incentivar professores de ensino médio a discutir geologia com os estudantes.
Vulcões, terremotos e até fósseis de dinossauros. Todos esses temas fazem parte de um campo não muito explorado nas salas de aula do ensino médio (e preterido por alguns professores): as geociências.
Daí o interesse no Geo-escola, projeto que tem como objetivo fazer chegar aos educadores informações sobre a geologia de algumas regiões.
"Nos últimos 20 anos, há muitas notícias sobre a matéria na imprensa. Toda hora se fala de tsunami, placas tectônicas, terremotos e acidentes naturais", diz o geólogo Celso Dal Re Carneiro, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e criador do portal.
Projeto coletivo
O Geo-escola é vinculado ao programa de pós-graduação em Ensino e História de Ciências da Terra da Unicamp, departamento do qual Celso faz parte.
A iniciativa surgiu da vontade do professor de compartilhar os dados de uma pesquisa de um aluno seu, Ronaldo Barbosa. O estudante se propôs a mapear dúvidas de educadores de ciências e geografia de diversas escolas públicas do interior do estado de São Paulo.
No final, produziu material didático – em meio físico e eletrônico – com mapas e informações sobre o solo de várias cidades paulistas. O resultado foi publicado na internet, e assim nasceu o Geo-escola.
"Falta atenção a esse conteúdo na formação dos professores", avalia Celso. "Uma carga muito pequena do currículo é destinada ao aprendizado de geologia. Torna-se um ciclo vicioso, em que o professor não tem esse conteúdo e, portanto, o aluno também não."
A partir do projeto-piloto com Ronaldo Barbosa, Celso incentivou outros estudantes a fazerem a mesma pesquisa, só que em outras regiões. Novos artigos foram escritos e somados ao conteúdo do Geo-escola.
A página reúne um grande volume de dados relevantes para o professor, classificados por assunto. Os temas abordados vão desde temas de interesse local, como o ciclo hidrológico nas regiões estudadas, até questões mais amplas, como a história da mineração no Brasil.
Renovação da página
O próprio Celso admite que o portal anda desatualizado. Há muitos números e textos, porém um tanto desorganizados. A cara da página ainda é '1.0'. No entanto, há planos de que um aluno de mestrado assuma a remontagem do Geo-escola. A ideia é que tudo fique pronto no início do ano que vem.
"Queremos fazer com que o portal seja um instrumento útil ao professor. Todo mundo que começa a estudar o assunto não para mais, é muito instigante", fala Celso, que também já dá como certo um curso de especialização entre os professores de Campinas. Vai usar, claro, conteúdo do Geo-escola.
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