quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Gelos estão a derreter mais devagar


(DN - Portugal) A análise de dados de satélite mostra que as coberturas de gelo da Gronelândia e na Antárctida Ocidental estão a derreter a um a ritmo inferior ao que se temia. Estes resultados constam de um estudo de uma equipa conjunta americana e holandesa, esta da Universidade de Delft, e baseiam--se em informação de dois satélites Grace, da NASA, que permitem detectar pequenas variações de gravidade e, portanto, calcular a massa de terra e de água de um determinado ponto do planeta.

As medições permitiram contrariar as anteriores estimativas do ritmo de derretimento da camada de gelo. Na Gronelândia, por exemplo, calculava-se que a massa de gelo desaparecia a um ritmo de 230 gigatoneladas por ano (em quilos, seriam 230 seguidos de 12 zeros). Esta água provocaria uma subida do nível global dos oceanos em 0,75 milímetros. A estimativa para a Antárctida Ocidental era de 132 gigatoneladas anuais.

O novo modelo aplicado pela equipa americano-holandesa reduziu o valor final para metade da estimativa, mesmo assim um valor importante. Os cientistas introduziram nos cálculos um factor antes negligenciado, o ajustamento isostático glacial, fenómeno que levou a crosta terrestre a subir e a mover-se quando as calotes polares derreteram, no final da última era glacial, há 20 mil anos.

A correcção destas deformações da crosta tem um efeito considerável. Assim, o ritmo de derretimento será igual a metade do que se pensava e a subida dos oceanos também muito inferior à estimada anteriormente. Apesar de tudo, os cientistas são cautelosos e dizem que será necessário realizar mais medições geológicas que permitam compreender as movimentações regionais dos últimos 10 mil anos.

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