sábado, 28 de agosto de 2010

Ilha de plásticos no oceano Atlântico

Investigadores admitem que a concentração de detritos pode ser idêntica à conhecida no Pacífico

A concentração mais elevada foi observada perto do Estado norte-americano Geórgia, entre os paralelos 22ºN e 38ºN

(Ciência Hoje - Portugal) Não é novidade que os plásticos estão a contaminar gravemente os oceanos. Agora, à famosa ilha de plásticos que se encontra no Pacífico, junta-se outra, no Atlântico Norte oeste. A grande extensão de lixo foi detectada e estudada por um grupo de investigadores do Instituto Oceanográfico Woods Hole e da Universidade de Havai, que publicam agora os resultados na «Science».

O trabalho baseia-se em dados que foram compilados durante 22 anos por estudantes voluntários que recolheram 64 mil peças de plástico por ano em 6100 localizações. Os cientistas acreditam que a concentração de plásticos será idêntica à que existe no Pacífico. A concentração mais alta foi observada perto do Estado norte-americano Geórgia, entre os paralelos 22ºN e 38ºN, onde o lixo chega arrastado por correntes superficiais.

O autor principal do estudo, Kara Lavender Law, explica que esta é a primeira estimativa científica rigorosa sobre a quantidade de plástico flutuante numa área oceânica. Além disso, consegue também explicar através do estudo da física oceânica por que os plásticos se acumulam tão longe da costa.

Uma das mais surpreendentes conclusões deste estudo é que em 20 anos o lixo recolhido não aumentou, apesar de se utilizar cada vez mais plástico. Um outro estudo, também publicado esta semana, tenta responder a esta pergunta, dando conta que todas as peças recolhidas têm pouco milímetros.

Haverá peças ainda mais pequenas que não foram possíveis recolher com as redes que se utilizaram na investigação.

Além disso, plásticos polietileno ou polipropileno que flutuam na água degradam-se ao longo do tempo e acabam por fundir-se.

Artigo: Plastic Accumulation in the North Atlantic Subtropical Gyre

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