(Cesar Baima - O Globo) Mais um terremoto de grande magnitude fez a terra tremer nesta quarta. Desta vez, o sismo atingiu a província de Qinghai, na China, deixando para trás, por enquanto, cerca de 600 mortos e 10 mil feridos. Desde o início do ano, com a tragédia do terremoto no Haiti, que deixou mais de 200 mil mortos, as notícias sobre os tremores têm atraído a atenção dos leitores e preocupado algumas pessoas, que vêem nisso sinais do fim do mundo, atiçadas por teorias apocalípticas sem fundamentos na ciência mas comuns em épocas de virada de século e milênio e que alimentaram vários filmes de Hollywood nos últimos anos, como o recente “2012”.
Segundo USGS (United States Geological Survey, a agência de levantamentos geológicos dos EUA), no entanto, a frequência dos terremotos está dentro dos padrões normais. De acordo com as estatísticas do órgão, desde 1900 foram registrados por ano uma média 16 tremores de magnitude 7 ou superior – que os sismólogos consideram de grandes proporções – em todo o planeta. Em alguns anos, como 1986 e 1989, o número de sismos de grande magnitude atingiu a mínima de 6, mas em 1943 foram nada menos que 32. Além disso, se for considerado o período dos últimos 12 meses - entre 15 de abril de 2009 e 14 de abril deste ano – chegamos a 18 terremotos de grandes proporções, ainda bem perto da média histórica.
A diferença é que, ao longo dos últimos 110 anos, a população da Terra aumentou exponencialmente, assim como a urbanização e o número de pessoas vivendo em condições precárias nas cidades. Quando se está bem preparado, como mostrou o terremoto que atingiu o Chile no fim de fevereiro e outro que sacudiu o Japão em março, o número de vítimas e os estragos são reduzidos. Mas, quando os sismos atingem regiões densamente povoadas e economicamente desfavorecidas, as tragédias assumem proporções apocalípticas que contribuem para abastecer o imaginário dos teóricos do fim do mundo.
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