A posição geográfica é um os principais responsáveis pela grande incidência de raios UV. Mas a hora do dia, a altitude, as condições atmosféricas e o tipo de superfície também influem nos altos índices de raios UV
(O Povo) São muitos os fatores que determinam a incidência de raios ultravioletas em uma região. Em Fortaleza, a posição geográfica é um dos principais elementos que contribuem para esses altos índices. O fluxo de radiação ultravioleta (UV) diminui com o aumento da distância ao Equador. Ou seja, regiões mais próximas à linha equatorial recebem maior quantidade de energia solar. É o que acontece por aqui. A inclinação geográfica de Fortaleza chega no máximo até 27 graus. Em outras regiões do Brasil essa posição pode chegar aos 33,5 graus no período do inverno. ``Precisa se proteger do sol o ano inteiro``, atesta o doutor em Ciências Atmosféricas e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Alexandre Costa.
O ozônio também está diretamente relacionado, já que é o elemento responsável pela absorção da radiação ultravioleta. Essa concentração de ozônio é distribuída verticalmente de acordo com perfis atmosféricos teóricos relacionados à posição geográfica da localidade. A concentração máxima de ozônio localiza-se na estratosfera (entre 20 e 40 km de altitude). Só que diferente de alguns pontos do globo terrestre, no Brasil, não existe problemas na redução da camada de ozônio.
A presença de nuvens e aerossóis (partículas em suspensão na atmosfera) atenuam a quantidade de radiação UV em superfície. As nuvens servem como filtros naturais da radiação solar. São aquelas nuvens que cobrem todo o céu, que atuam como verdadeiros inibidores. Porém, parte dessa radiação não é absorvida ou refletida por esses elementos e atinge a superfície terrestre. Se essas nuvens estiverem espalhadas pelo céu, ao invés de impedir, servem como multiplicadores de radiação. E acabam refletindo o UVB. Deste modo, dias nublados também podem oferecer perigo, principalmente para as pessoas de pele sensível.
Chuvas
Este ano, houve uma redução no número de nuvens no céu de Fortaleza. Essa tendência abaixo da média é resultado da influência do El Niño no Hemisfério Sul. Segundo o pesquisador da Funceme, Raul Fritz, o aquecimento no Oceano Atlântico não é favorável para o deslocamento da Zona de Convergência Intertropical - principal sistema causador de chuvas de março a maio no Nordeste.
O professor Alexandre Costa acrescenta que o aquecimento anômalo das águas do Pacífico também contribui. ``Essa é a nossa maior bacia oceânica, qualquer coisa que acontece nela, gera impacto mundial``. Esse período também é marcado por uma redução dos ventos. Este mês ocorre o máximo de aquecimento no hemisfério sul e máximo de esfriamento no hemisfério norte. ``Geralmente nesse período da zona de convergência tropical, as nuvens se deslocam lentamente para o sul. Acompanhando essa convergência, sem precipitações, e com mais radiação``.
Ele destaca também a influência do aquecimento global. ``Registramos muitas chuvas em 2008 e 2009, o que acabou provocando um esquecimento do assunto. Só que esse período deveria ter sido mais frio que a média - o que não ocorreu. Acredito que 2010 vai mudar essa configuração porque teremos um índice de temperatura elevado recorde``, prevê. Outro aspecto a ser considerado é a zona de calor urbano. A construção de prédios em áreas ambientais, a devastação de reservas naturais contribuem para que a radiação chegue à superfície, incidindo diretamente no solo e provocando uma maior sensação térmica desconfortável. De acordo com os dados do Cptec, superfícies urbanas apresentam reflexão média de 5%. Esse fenômeno aumenta a quantidade de energia UV disponível em um alvo localizado sobre esse tipo de solo.
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