Deslocamentos são de entre três e quatro centímetros diários na zona de Concepción e Cobquecura
(Efe / Estadão) Os 650 quilômetros do território chileno sacudidos por um terremoto de 8,8 graus na escala Richter no dia 27 de fevereiro seguem se movimentando e em alguns pontos, como a cidade de Concepción, o deslocamento pode chegar a 12 metros até o fim do ano.
Assim o determinou um estudo realizado pelo Instituto Geográfico Militar e especialistas chilenos e estrangeiros, que indicaram anteriormente que a cidade de Concepción, 515 quilômetros ao sul de Santiago, já se deslocou três metros para o sudoeste durante o terremoto.
Um mês depois, segundo os especialistas, a placa sul-americana, cujos atritos com a placa de Nascar causam a maioria dos tremores no Chile, se deslocou outro metro na zona, na mesma direção.
Tudo isso, segundo o estudo, que é citado na edição dominical do jornal "La Tercera", faz parte do chamado "movimento post-sísmico", que até o fim de 2010 pode deslocar Concepción 12 metros para o sudoeste.
A direção do deslocamento também mudou com relação ao movimento normal do continente, que é de entre três e quatro centímetros anuais para o nordeste, ou seja, em direção a África, segundo explicou o coronel Juan Vidal, diretor do Instituto Geográfico Militar.
Por outro lado, o terremoto gerou um movimento oposto, para o sudoeste. "Houve cidades como Concepción que se movimentaram três metros e até Buenos Aires se movimentou alguns centímetros", lembrou Vidal.
Ele acrescentou que os deslocamentos "post-sísmicos" são de entre três e quatro centímetros diários na zona de Concepción e Cobquecura, o que significa cerca de um metro por mês.
Santiago, a capital do Chile, foi deslocada 27 centímetros rumo ao Pacífico pelo terremoto e espera-se que se mova mais um metro até o fim do ano.
Para Vidal, isso significa que nas regiões afetadas será preciso modificar os planos reguladores das cidades, as concessões mineiras, a localização geodésica e os mapas mais especializados.
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