EUA e Europa garantem continuidade do projeto que mede elevação do mar
(O Globo / JC) Vai ser lançado, em dois anos, o Jason 3. Mas não se trata de mais um filme de terror da série "Sexta-feira 13".
Jason 3 será o próximo satélite da missão conjunta das agências espaciais dos Estados Unidos e da Europa, que há 18 anos estuda os oceanos do planeta. Ele vai dar sequência ao monitoramento, com grande precisão, do aumento no nível dos mares por causa do aquecimento global e da forma como grandes massas de água estão se movimentando pela Terra.
Foi através dessa missão que se descobriu que o nível global dos mares estava subindo cerca de 3 mm por ano. A informação é fundamental também para ajudar as agências meteorológicas a fazerem melhores previsões do tempo.
Com a crise econômica do ano passado, havia o temor de que o projeto fosse cancelado.
O novo satélite do projeto, estimado em US$ 380 milhões, deve chegar ao espaço em 2013, permitindo aos cientistas das duas agências cruzarem seus dados com os do satélite Jason 2, atualmente em órbita. Somente tendo os dois em funcionamento por alguns meses é que poderão ser corrigidos e minimizados eventuais erros de calibragem entre as duas estações.
Apesar de darem a impressão de serem planos, os oceanos são marcados por elevações, com colinas e vales. A elevação é um parâmetro importante para oceanógrafos, por exemplo: a altura do oceano pode dar detalhes do comportamento das águas mais profundas.
Os oceanos guardam grandes quantidades de calor do Sol e, como os mares movem energia pelo planeta e interagem com a atmosfera, também são considerados o motor do sistema climático da Terra. Os dados de Jason dão pistas sobre a temperatura e a salinidade dos mares. Quando combinadas com informações sobre a gravidade, essas informações podem indicar a direção das correntes e a velocidade.
- Essas medições são fundamentais para que possamos saber os efeitos das mudanças climáticas nos oceanos e a forma mais segura de controlarmos a exploração do ambiente marinho - disse lorde Drayson, ministro da Ciência do Reino Unido, que é, depois da França, o principal investidor europeu do projeto.
Satélite vai estudar também o fenômeno El Niño O programa começou em 1992, com a missão Topex/Poseidon.
Depois, passou a ser usado o satélite Jason 1, lançado em 2001. Seu sucessor, Jason 2, foi lançado em 2008. O terceiro satélite do projeto vai monitorar também o avanço do fenômeno El Niño, que é o aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico, capaz de afetar o clima global. E, antes mesmo de Jason 3 ser lançado, a Nasa e a Agência Espacial Europeia já começam a discutir a criação do Jason 4.
- Estamos determinados a assegurar que esse projeto continue nos fornecendo informações vitais para combatermos o aquecimento global - disse Drayson
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