quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Geólogos desvendam mecanismo incomum de terremoto na China em 2008

Barreiras de rocha sólida ruíram em efeito dominó.
Normalmemte, estruturas conseguiriam reter força dos tremores.

(The New York Times / G1) Um estudo na “Nature Geoscience” analisa o motivo pelo qual o terremoto de 2008, responsável pela morte de mais de 80 mil pessoas na província chinesa de Sichuan, foi especialmente devastador em três cidades – Beichuan, Nanba e Yingxiu. Em Yingxiu, quase dois terços de seus doze mil habitantes morreram. Em Beichuan, mais de um quarto de uma população de 20 mil foi dizimado.

Usando sistemas de posicionamento global (GPS) e dados de radar de movimentos de solo, o grupo de Zheng-Kang Shen, da Universidade de Pequim, analisou como o terremoto se propagou pela zona de falhas geológicas de Longmen Shan, uma série de falhas paralelas que se estende por cerca de 3.200 km de sudoeste a noroeste na região.

As falhas não são contínuas. Elas são feitas de segmentos separados por barreiras de rocha sólida. Cada uma das três cidades mais atingidas fica ao lado de uma dessas barreiras.

Normalmente as barreiras impediriam a propagação de um terremoto de um segmento a outro. Porém, o tremor de 2008 foi tão poderoso que, segundo eles, as barreiras colapsaram em cascata, fazendo com que um movimento de solo catastrófico se espalhasse ao longo da região das falhas. O movimento de pico, segundo afirmaram, ocorreu justamente nas barreiras, o que explica a devastação nas cidades.

A única boa notícia é que, de acordo com os cálculos dos pesquisadores, esse tipo de terremoto quebra-barreiras só ocorre nesta região, em média, uma vez a cada quatro mil anos.

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