(Associated Press / Folha) O Ártico está mais quente agora do que em qualquer momento dos últimos 2.000 anos, embora devesse estar resfriando por causa de mudanças na órbita da Terra que fazem a região receber menos luz do Sol.
Com efeito, o Ártico esfriou por quase dois milênios antes de inverter a trajetória no último século e começar a esquentar, à medida que atividades humanas emitiam mais CO2.
"Não fosse pelo aumento dos gases-estufa produzidos pelos humanos, as temperaturas do Ártico no verão deveriam ter diminuído gradualmente ao longo do último século", disse Bette Otto-Bliesner, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica dos EUA, coautor de estudo que sai hoje na "Science" relatando a descoberta.
O último decênio, de 1999 a 2008, foi o mais quente dos últimos dois milênios. Este verão foi 1,4ºC mais quente do que seria de esperar se a tendência de resfriamento seguisse. Os números se baseiam em uma reconstrução das temperaturas do passado que usa informação de antigos sedimentos lacustres, amostras de gelo e registros em troncos de árvore. Os dados foram comparados com simulações em computador.
Para piorar a perspectiva, à medida que o Ártico esquenta, sobra menos neve para refletir a energia solar de volta ao espaço. Dessa maneira, terras e oceanos escuros expostos absorvem mais radiação, esquentando ainda mais a Terra.
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