quinta-feira, 9 de julho de 2009

Satélites da Nasa exibem redução da camada de gelo no Ártico

Satélite mostra redução no gelo entre 2005 (à esquerda) e 2008. A área em branco representa camadas de gelo de 4 a 5 m de espessura, enquanto o azul escuro indica de 0 a 1 m

(Terra) As últimas imagens obtidas pelos satélites da Nasa, a agência espacial americana, mostraram que a camada de gelo que cobre a região ártica diminuiu de forma considerável entre os invernos de 2005 e 2008 e foi substituída por gelo temporário muito mais fino.

"Esta é mais uma prova da rápida transformação que está ocorrendo na camada de gelo que cobre o Ártico", diz o comunicado do Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa. Segundo estudos científicos, essa transformação foi causada pelo aumento das temperaturas atmosféricas no mundo todo e cujos resultados são evidentes também nas geleiras da Groenlândia e da
Antártica.

Em um relatório divulgado pela revista Journal of Geophysical Research: Oceans, cientistas da Nasa e da Universidade de Seattle disseram ter usado dados dos satélites para calcular o volume e a grossura do gelo ártico. De acordo com essas medições, a camada de gelo diminuiu cerca de 17 centímetros por ano, o que somou um total de 68 centímetros nos quatro invernos.

Por outra parte, a superfície total coberta pelo chamado "gelo eterno" ou que sobreviveu por vários verões caiu 42%. Geralmente, o gelo formado apenas no inverno chega a uma altura de dois metros. O que sobrevive vários anos tem uma média de três metros.

Segundo os últimos estudos, o gelo do inverno não foi suficiente para compensar a perda natural que ocorre no verão. Essa situação leva a um maior aquecimento dos oceanos e a um conseguinte degelo polar, o que agrava a situação.

De acordo com o comunicado do JPL, entre 2004 e 2008, a cobertura de gelo ártico diminuiu em 1,54 milhão de km quadrados, uma área equivalente ao estado americano do Alasca.

Segundo Ron Kwok, cientista do JPL, a restituição virtualmente nula do gelo durante vários anos, junto com o desprendimento de grandes volumes após os verões de 2005 e 2007, teve uma grande influência na perda do volume do gelo ártico. "Nossos dados vão ajudar os cientistas a compreender a rapidez com que o volume do gelo ártico está diminuindo e em quanto tempo poderemos ver um verão quase sem gelo", acrescentou.

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