segunda-feira, 27 de julho de 2009

Extinção em massa provocada por vulcões

Paleontólogos encontraram mais evidências concretas de que vulcões foram os responsáveis pela extinção em massa há cerca de 260 milhões de anos

Basalto recolhido de um derrame de lava mostra como as erupções eram efervescentes e ricas em gás

(Scientific American Brasil) Estudos anteriores já haviam apontado os vulcões como prováveis deflagradores de extinções em larga escala, como os imensos derrames de lava ocorridos na Sibéria (Siberian Traps: área com remanescentes de atividade vulcânica generalizada que ocorreu ao norte de Pangeia, há cerca de 260 milhões de anos). Esses derrames podem ter dado início à subsequente extinção Permo-Triássica, na qual praticamente 70% das espécies existentes na Terra desapareceram. Os autores desse novo estudo, publicado on-line em 28 de maio na Science, observam, entretanto, que a ligação entre vulcanismo e extinções tem sido difícil de confirmar.
O trabalho relata que um sítio arqueológico na província de Emeishan, no sudoeste da China, revelou camadas de rocha vulcânica entre camadas sedimentares de antigos leitos marinhos rasos. Uma análise dos fósseis encontrados na rocha sedimentar diretamente acima (portanto posterior) da camada vulcânica mostra uma mudança drástica no número e tipo de vida marinha, ou seja, algas e foraminíferos.
“A abrupta extinção da vida marinha, que podemos ver claramente no registro fóssil, relaciona indiscutivelmente as imensas erupções vulcânicas com uma catástrofe ambiental global,” avalia Paul Wignall, professor de paleontologia da University of Leeds e principal autor do estudo.
Como poderia um grande evento vulcânico alterar o meio ambiente tão drasticamente? “Uma onda enorme de lava derretida (mais de 500 mil quilômetros cúbicos) avançando sobre o mar raso teria gerado uma explosão, infinitamente maior, mas semelhante ao que ocorre quando se lança uma gota de água em uma panela cheia de óleo fervendo,” explica Wignall. A explosão teria lançado grandes quantidades de dióxido de enxofre na atmosfera, provocando a formação de nuvens, resfriamento da temperatura e chuva ácida, condenando assim à morte inúmeras criaturas marinhas.
Durante o período Permiano (299 milhões a 251 milhões de anos), na parte final da era Paleozóica, a maior parte dos continentes atuais ainda estava unida formando o supercontinente Pangeia, onde anfíbios e arcossauros (protodinossauros) vagavam, enquanto cefalópodes (lulas e polvos) e foraminíferos (microrganismos unicelulares heterotróficos) povoavam as águas.

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