De acordo estudo, perda de gelo na região deve continuar
(iG) A camada de gelo do Ártico diminuiu – e muito – nos últimos tempos. Pesquisadores montaram um modelo que demonstra que as perdas recentes na região são as maiores dos últimos 1450 anos. O Ártico perdeu cerca de 2 milhões de quilômetros quadrados de gelo desde o final do século XX – o equivalente a varrer do mapa os estados do Amazonas e da Bahia inteiros.
Os resultados dão suporte à teoria que a variação do clima no Ártico e o tamanho da sua camada de gelo estão intimamente conectados. “Não ficamos muito surpresos que a diminuição da extensão da camada de gelo seja sem precedentes pois outros modelos [...] já haviam mostrado como o aquecimento moderno é extremamente anômalo no contexto dos últimos 1000 anos ou mais”, afirmou ao iG Christophe Kinnard do Centro de Estudos Avançados em Zonas Áridas do Chile e autor do estudo publicado no periódico científico Nature.
Os dados mostraram também que outros declínios ocorreram na mesma velocidade em épocas diferentes, mas nenhum deles com uma extensão tão grande como a de agora. De acordo com o pesquisador, essa tendência deve continuar. “A diminuição da extensão da camada de gelo causa um feedback positivo no aquecimento, pois a perda da cobertura do gelo, que reflete o sol, causa uma maior absorção da radiação solar que aquece ainda mais o oceano e a atmosfera acima dele que por sua vez derrete mais gelo.”, afirmou Kinnard. E completou: “Todos os modelos apontam para aumento da temperatura da superfície da Terra nos próximos séculos devido ao aumento dos gases do efeito estufa. Portanto, é muito improvável que essa tendência se reverta.”.
O trabalho, porém, não foi capaz de mostrar se essa diminuição é atípica ou se faz parte de um ciclo natural. Os autores da pesquisa, no entanto, acreditam que haja, sim, uma relação entre ela e a mudança climática causada pela ação humana.
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